Ex-diretor do Samae de Jaraguá do Sul fala sobre seu legado e novo desafio na Aresc

Foto: Isabelle Stringari/Arquivo OCP

Por: Elisângela Pezzutti

11/11/2023 - 06:11

No início de outubro, o governador Jorginho Mello nomeou Ademir Izidoro para o cargo de diretor de Saneamento Básico e Recursos Hídricos da Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc). Antes de sua nomeação, Izidoro exerceu a função de diretor-presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Jaraguá do Sul por quase uma década – entre 2013 e 2022. Durante esse período, a cidade testemunhou uma significativa evolução no setor de saneamento, com a taxa de tratamento de esgoto passando de 45% para 90%, o que elevou o Samae de Jaraguá do Sul a um dos órgãos mais respeitados de Santa Catarina e do Sul do Brasil.

Izidoro considera que “deixou um legado crucial para o saneamento de Jaraguá do Sul”. Além dos avanços no tratamento de esgoto, ele destaca a construção de uma estação de tratamento de água que atenderá a cidade pelos próximos 50 anos. “Para garantir o abastecimento de água no futuro, o Samae iniciou um projeto de revitalização da mata ciliar que envolve o plantio de 22 mil árvores ao longo das margens do Rio Itapocu, um esforço dedicado à preservação dos mananciais”, informa, observando a importância de realizar um projeto semelhante no Rio Jaraguá.

No início de sua gestão no Samae, apenas 45% do esgoto da cidade era tratado, passando para 90%, através da construção das estações de tratamento de esgoto dos bairros São Luís e Água Verde, assim como o encaminhamento licitatório do projeto da nova estação de tratamento do Bairro Centenário, que atende o Bairro Ilha da Figueira e outros.

Também se destacam a reformulação de 77 elevatórias de esgoto e a construção de outras 70, viabilizando a expansão da rede de esgoto em mais de 250 quilômetros e a implementação do esgotamento individualizado em áreas remotas, como o Bairro Rio da Luz. Também ocorreram melhorias significativas na gestão de perdas de água, reduzindo o índice de perda de 43% para 31%.

Izidoro afirma que sua nomeação para diretor de Saneamento Básico e Recursos Hídricos na Aresc será uma oportunidade de contribuir para o avanço do saneamento em Santa Catarina | Foto: Arquivo OCP

“Em relação ao marco legal do saneamento, que exige que municípios alcancem 90% de tratamento de esgoto até 2033, Jaraguá do Sul já atingiu essa meta com mais de 10 anos de antecipação. Hoje a cidade é considerada um destaque no Sul do Brasil nesse quesito”, ressalta o gestor.

Izidoro também enfatiza a importância de manter a tarifa de saneamento acessível e de utilizar todos os recursos arrecadados exclusivamente para melhorar o sistema de saneamento.

Na gestão de Ademir Izidoro, o Samae ampliou seus serviços para incluir a gestão de resíduos sólidos e a coleta seletiva, aumentando o volume de reciclagem de 7% para 29%. Também melhoraram as condições de trabalho dos servidores e a frota de veículos foi renovada. Além disso, foi desenvolvido um plano diretor de drenagem pluvial para abordar problemas de alagamento e infraestrutura.

Izidoro também deixou em andamento projetos fundamentais, como a construção de uma nova estação de tratamento de esgoto no Bairro Ilha da Figueira e a instalação de telemetria para monitorar elevatórias e evitar perdas de água.

“O Samae de Jaraguá do Sul faz hoje a gestão das quatro vertentes do saneamento: água, esgoto sanitário, resíduos sólidos e drenagem pluvial”, finaliza.

Sobre sua nomeação para diretor de Saneamento Básico e Recursos Hídricos na Aresc, Izidoro afirma que este é um novo desafio que ele aceitou com entusiasmo e que será uma oportunidade de contribuir para o avanço do saneamento em Santa Catarina.

CPI do Samae

Com relação à CPI do Samae, Izidoro comenta que o relatório final apontou falhas em procedimentos administrativos, mas não encontrou provas de corrupção. O gestor acredita que essa CPI foi motivada por razões políticas e considera que seu trabalho à frente do Samae foi “bem-sucedido, com um compromisso incansável em cuidar dos recursos da autarquia”. Ele afirma que tem sua consciência tranquila e que não enfrenta processos civis, criminais, tampouco no Tribunal de Contas do Estado ou no Ministério Público.

 

 

 

 

 

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Elisângela Pezzutti

Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.