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Estudo da Fiesc analisa proposta de concessão da BR-101

Foto: Divulgação/Arteris

Por: Ewaldo Willerding Neto

28/08/2024 - 09:08

A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) vai finalizar esta semana um estudo que analisa a proposta de ampliação do prazo de concessão da BR-101 em Santa Catarina, que está sob responsabilidade da empresa Arteris Litoral Sul. Uma equipe formada por engenheiros, técnicos e capitaneada pelo Presidente da Câmara de Transporte e Logística da entidade, Egídio Antônio Martorano, percorreu o trecho do Rio da Madre, em Palhoça; até Garuva, na divisa com o Paraná, para verificar in loco a situação da rodovia.

A Arteris Litoral Sul administra, desde 2008, o trecho conhecido como Corredor do Mercosul, que compreende o Contorno Leste de Curitiba (BR-116), a BR-376 e, BR-101 e o Contorno Viário de Florianópolis, fazendo a ligação da capital paranaense ao município de Palhoça, no estado de Santa Catarina.

“Estamos analisando todos os pontos apresentados pela Arteris para ampliação da concessão e entendemos que seria melhor esta equipe passar por todos o trecho e ver in logo a situação, destaca Martorano.

O trecho engloba 23 municípios em sua malha viária e tem 406,6 quilômetros de rodovias. O fluxo médio diário na BR-101, nos 244 km de rodovia administrados pela concessionária entre Garuva e Palhoça, é de 216 mil veículos/dia.

A concessão termina em 2033. No entanto, a empresa propôs uma extensão de 15 anos, que incluiria nove intervenções na região da Grande Florianópolis, incluindo dois postos de atendimento às margens do Contorno Viário.

A construção do túnel do Morro dos Cavalos também está prevista, mas condicionada a reajuste extraordinário na tarifa. A proposta segue em tramitação e, se for aprovada, a renovação só deve acontecer a partir de 2025. Estão previstos cerca de R$ 8,5 bilhões em investimentos.

Foto: Divulgação/Arteris

Inspeção da Fiesc

O objetivo do trabalho realizado pela Fiesc é analisar, dentro da proposta da Arteris, quais as condições de trafegabilidade e eficiência; onde estão os principais gargalos da rodovia; onde serão necessárias a realização de mais obras de intersecção e projetar o corredor logístico considerado mais importante no estado.

A BR-101, neste trecho, faz a ligação dos cinco portos catarinenses – Itapoá, São Francisco do Sul, Navegantes, Itajaí e Imbituba. Sua importância logística é fundamental para manter a competitividade da economia local e reduzir os custos de operação.

O trabalho liderado por Martorano conta ainda com a participação do engenheiro Lucas Trindade, especializado em eficiência rodoviária; e o engenheiro Ricardo Saporiti e consultor da Fiesc, especialista em questões de transporte e logística.

“O trabalho é focado em três partes. A primeira é analisar dentro da proposta a eficiência da rodovia, levando em consideração a projeção de mais 15 anos de concessão. Vamos estudar para ver se as obras propostas atendem à demanda até 2048. Esse é o trabalho do engenheiro Lucas Trindade”, esclarece Egídio Martorano. “O segundo ponto é ver as questões de engenharia e infraestrutura, que está sob os cuidados do engenheiro Sporiti. Por fim, analisamos, com nossos técnicos da Fiesc, as questões de tecnologia, como, por exemplo, a implantação do pedágio Free Flow”.

O Free Flow é um – cobrança automática de pedágios, onde o sistema faz a leitura pela placa e a passagem estará disponível para pagamento em até 48 horas -, ao contrário das praças fixas. Por este modelo, o motorista paga só pelo trecho percorrido, gerando mais economia.

“Em resumo, precisamos deixar de ser reativos e passarmos a ser pró-ativos”, diz Martorano. “A Fiesc desde 2017 alerta para os riscos de colapso da rodovia e até agora muito pouco foi feito”, reforça.

Pontos de gargalos

Egídio Martorano destaca que os principais gargalos são o trecho na região de Itajaí, onde congestionamentos são registrados desde Barra Velha até Balneário Camboriú, em ambos os sentidos. O grande fluxo de veículos pesados em direção aos portos de Itajaí e Navegantes, somados ao movimento da BR-470, rota que traz a produção do Oeste e Vale do Itajaí, contribuem para colapsar o trecho.

Além deste, o Morro dos Cavalos, com sua complexidade geográfica, é outro ponto a ser visto com atenção. “Entendemos que a construção dos túneis é fundamental. Haja visto os problemas recentes ocorridos com quedas de barreiras ou acidentes, que travam a rodovia”, recorda Martorano.

O estudo da Fiesc , logo após finalizado, será apresentado ao Fórum Parlamentar Catarinense; aos técnicos da Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT); para o Ministério dos Transportes; além de outras autoridades. Esta apresentação ainda não tem data definida.

Números da BR-101 (GARUVA-PALHOÇA)

  • Trecho da concessão entre PR e SC – 406,6 quilômetros
  • Trecho apenas em SC – 406,6 quilômetros (Garuva-Palhoça)
  • Fluxo médio de veículos em SC – 216 mil
  • Total de municípios – 23 (PR e SC)
  • Investimentos – Até junho de 2024, mais de R$ 7,5 bilhões

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Ewaldo Willerding Neto

Jornalista formado pela UFSC com 30 anos de atuação.