Escavações revelam túmulo com 450 “vampiros” na Polônia

Foto: Divulgação/Luzino

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

14/06/2023 - 09:06

Durante escavações para o alargamento de uma rua na pequena vila de Luzino, no norte da Polônia, foram encontrados restos mortais de aproximadamente 450 pessoas. A peculiaridade dos achados chamou a atenção, pois os esqueletos apresentavam as cabeças posicionadas entre as pernas e moedas colocadas nas bocas.

Essa prática era comum no século XIX na Polônia e fazia parte de um ritual acreditado na época como forma de prevenir a “maldição de vampiros”, uma crença difundida no folclore polonês medieval.

Após a descoberta, arqueólogos foram chamados para realizar investigações no local, que era parte de um antigo cemitério desativado próximo à igreja da cidade.

Conforme explicação do arqueólogo responsável pela escavação, Maciej Stromski disse ao jornal polonês The First News, “o que descobrimos são exemplos de crença nos mortos voltando do túmulo, que só poderiam ser interrompidos por decapitação”

“Acreditava-se que se um membro da família do falecido morresse logo após o funeral, então ele ou ela poderia ser um vampiro”, completou. As moedas encontradas com os restos mortais datam de 1846.

Cultura Local

No entanto, essa não é a primeira vez que um cemitério considerado de vampiros é descoberto no país. Em 2014, dois sítios arqueológicos foram revelados no sul e noroeste da Polônia, ambos apresentando características de sepultamento que eram comuns nas práticas anti-vampiras da época.

Nesses locais, os dentes eram removidos, pedaços de pedra eram colocados na boca e as pernas eram estacadas, acredita-se que como medida para evitar que os corpos se levantassem das sepulturas.

Em uma entrevista à CNN, Titus Hjelm, especialista em cultos relacionados a vampiros na Escola de Estudos Eslavos e do Leste Europeu na University College London, explicou que o costume de colocar uma pedra na boca dos falecidos tinha como objetivo estabelecer uma “barreira sobrenatural” entre os mundos dos vivos e dos mortos.

“Segundo algumas fontes, os poloneses pensavam que os vampiros nasciam, em vez de serem ‘feitos’”, explicou ele. “Eles [os vampiros] eram pessoas normais que podiam viver vidas normais, não aristocratas vivendo em castelos distantes. Os problemas só começaram quando essas pessoas morreram. Eles poderiam voltar a viver com suas famílias e até mesmo engravidar suas esposas”.

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).