Resumo da notícia:
- Batalha judicial entre Red Bull e Red Horse começou há uma década e teve mais um capítulo encerrado nesta quarta-feira (5)
- Justiça de Santa Catarina decide que as duas bebidas não são iguais
- Marca joinvilense é responsável por 60% a 80% do faturamento da 101 do Brasil
Uma batalha que durou dez anos entre duas empresas que fabricam bebidas energéticas está chegando ao fim.
A austríaca Red Bull, em 2010, alegou que a Red Horse, de Joinville, imitou a embalagem de seu produto por associação indevida. A empresa disse ainda que alguns dos símbolos da sua lata são idênticos aos da Red Horse, o que seria imitação.
Por esse motivo, as duas companhias entraram em uma briga acirrada na justiça.
Batalha judicial
Em 2011, o Tribunal de Justiça de santa Catarina chegou a proibir a Red Horse de fabricar, distribuir e comercializar o energético, sob pena de R$ 100 mil por dia de descumprimento e R$ 50 por cada produto que fosse apreendido nas prateleiras.
À época, o advogado da empresa joinvilense, Diogo Nicolau Pítsica, alegou que tudo entre as duas marcas é diferente.
“Na verdade, as cores entre as duas são diferentes. A Red Bull é azul, enquanto a Red Horse é vermelha. O símbolo da Red Bull é o touro e a da Red Horse é um cavalo com asas. Essa é a política da Red Bull. De ir pra cima dos energéticos que estão espalhados pelo Brasil”, explicou o advogado.
Em 2012, uma decisão do mesmo tribunal cassou a liminar obtida pela multinacional Red Bull na primeira instância em Joinville.

Foto: Divulgação
Nome registrado
No recurso, a defesa citou as diferenças das marcas e também exemplificou outras fabricantes no mercado como base: Red Dragon, Red Cock, Red Erick, Red Brands, Red Cow, Red Nose e Red Power, entre outras mais.
Enfatizou, ainda, que a Red Horse teve seu nome registrado com sucesso no Inpi (Instituto Nacional de Propriedade industrial).
Nesta quarta-feira (5), foi decidido por unanimidade que a bebida produzida em Joinville não é cópia da austríaca Red Bull.
Além da decisão, a Justiça de Santa Catarina também foi favorável ao apelo da Red Horse para determinar que os danos materiais decorrentes do cumprimento da decisão liminar devam ser ressarcidos pela Red Bull, em razão de sua posterior revogação, independentemente da ausência de culpa.
Red Horse
Fundada em 1999, a 101 do Brasil, responsável pela fabricação da Red Horse, entrou no mercado das bebidas energéticas à base de taurina, um componente químico usado na composição do enérgico.
Hoje, as vendas do Red Horse já correspondem entre 60% e 80% do faturamento da empresa joinvilense e o produto é vendido para todo o País.
Além de Santa Catarina, o energético joinvilense chega a São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.
A produção mensal, com mais de 80 funcionários, chega a 2 milhões de unidades, em três embalagens: 250ml, um e dois litros.