Encontrar animais indesejados nas residências é comum, principalmente em locais próximos a matas e terrenos abandonados. O problema é que alguns são venenosos e oferecem riscos a saúde. Com o aumento das temperaturas, a captura de animais peçonhentos cresce em Jaraguá do Sul nesta época do ano.
Os Bombeiros Voluntários de Jaraguá do Sul registram, em média, uma ocorrência dessa natureza a cada dois dias. Foram cerca de 28 cobras capturadas de 1º de novembro até dia 30 de dezembro. Só em dezembro, 15 serpentes foram recolhidas pelos bombeiros e soltas em seu habitat natural. Conforme a corporação, as cobras mais comuns de serem encontradas em residências e terrenos em nossa região são a coral, a caninana, a jararaca e a jararacuçu.
“É comum que cobras e outros animais peçonhentos, como aranhas, apareçam em terrenos e locais onde no entorno a vegetação é abundante”, cita o chefe de equipe da corporação, Schaion Ponticelli. Um levantamento realizado pelos bombeiros mostra que a maioria dos chamados para a captura desses animais ocorre nas regiões mais centralizadas da cidade. “Em nossa cidade, a maioria das capturas é feita na área urbana da cidade e não em localidades do interior”, enfatiza Ponticelli.
Segundo o biólogo Otávio Marques, do Instituto Butantan, as características que distinguem as serpentes peçonhentas são sutis – e, ainda por cima, há exceções às regras:
– As escamas das cobras venenosas são como quilhas, alongadas e pontudas, dando ao tato uma sensação de aspereza;
– Cobras venenosas têm a cabeça triangular, bem destacada do corpo e com escamas miúdas. Mas essa regra não vale para a venenosíssima coral;
– Os olhos das cobras venenosas têm a pupila em fenda vertical.
– O método mais seguro é observar a presença de um pequeno orifício entre os olhos e as narinas: a chamada fosseta loreal. “Todas as serpentes venenosas, com exceção da cobra coral, são dotadas desse orifício, que não aparece nas não-venenosas”, afirma o biólogo do Instituto Butantan;
– As serpentes inofensivas fogem quando ameaçadas. As peçonhentas não: elas se enrodilham e armam o bote. Mas também há exceções em ambos os casos.
O bombeiro Schaion Ponticelli orienta que, caso alguém se depare com algum animal desse tipo, não tente em hipótese nenhuma realizar a captura. “Muito menos matar ou ferir o animal, pois isso pode resultar em crime ambiental, além de ser muito importante na produção de medicamentos e soroterapia”, lembra.
O que deve ser feito é retirar as pessoas de perto, especialmente crianças e chamar os bombeiros pelo telefone 193. Ele orienta ainda que os moradores evitem armazenar materiais que possam servir de abrigo a esses animais, como entulho, lixos, etc.
“É muito comum a guarnição deslocar até o local e encontrar a cobra escondida em algum entulho. Esses locais acabam sendo ‘criatório’ de sapos, pererecas, ratos e outros bichos que a cobra captura para se alimentar. Este é um dos motivos para ela sair do seu habitat e acabar invadindo essas áreas”, comenta.