Circulou fortemente nos noticiários, grupos de WhatsApp e redes sociais, a informação de que a adolescente Vanessa Martins Figueiredo, de 13 anos, teria vindo a óbito por apresentar reações adversas graves após ter sido vacinada com uma dose da vacina contra a Covid-19. A mãe da menina, Alice Romano Martins, moradora de Araranguá, no Sul do Estado, mesmo muito abalada, contou sobre a corrida para salvar a vida da filha.

Mãe apontou a vacina como causa da morte, mas caso ainda está sendo investigado / Reprodução
Conforme Alice, a filha começou a apresentar vômitos e paralisia no rosto cinco dias depois de tomar a primeira dose da vacina da Pfizer, aplicada dia 09 de novembro, em uma unidade de saúde de Orleans, onde morava com o pai.
Ela então foi levada ao médico, que a diagnosticou com Paralisia de Bell (paralisia de um dos lados do rosto), que pode ser ocasionada por infecções virais ou por condições imunológicas, em que o sistema de defesa do organismo acaba por atacar o próprio corpo. Após o tratamento com corticóides, os sintomas se agravaram e a menina passou a apresentar um quadro de fraqueza muscular, falando e andando lentamente. Alice então procurou atendimento no Hospital Regional de Araranguá.
O Portal Agora acompanhou o caso da adolescente e, conforme a Gerência de Enfermagem do HRA, ela deu entrada na unidade hospitalar no dia 21 de dezembro, passou por consulta e foi liberada. No dia 29, após uma piora no quadro de saúde, foi novamente atendida no hospital, apresentando depressão respiratória. Ela foi intubada e transferida.
A adolescente foi transferida no domingo, dia 02, para o Hospital Infantil Joana de Gusmão, de Florianópolis, onde, segundo a mãe, após vários exames realizados foi detectada uma infecção no cérebro da filha, mas sem uma causa definida.
“O médico disse que estavam tratando ela com antibióticos, mas que não estavam conseguindo baixar a febre. A pressão da minha filha começou a baixar. Eles tentaram a noite toda, mas durante a manhã o quadro dela se agravou, então me chamaram na ‘salinha’ e falaram que nada mais poderia ser feito, pois a infecção atingiu uma parte importante do cérebro. Às 10h15 minha filha faleceu”, disse a mãe, afirmando que sua filha não possuía problemas de saúde.
“Minha filha sempre foi saudável e agora está morta e ninguém achou a causa”, afirmou Alice.
Após oito dias internada, Vanessa acabou falecendo na manhã de segunda-feira. A reportagem entrou em contato com o Hospital Infantil Joana de Gusmão. A direção da unidade informou que não poderia repassar informações sobre pacientes, somente a Secretaria de Estado da Saúde poderia falar sobre o caso.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), vinculada à Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, em breve nota enviada ao Portal Agora, informou que já foi notificada sobre o óbito da adolescente e que está investigando se a causa da morte está relacionada com a vacina contra a Covid-19.
Nota na íntegra
“A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC) informa que recebeu a notificação do óbito de uma menina de 13 anos, na capital, nesta segunda-feira (10). O caso foi notificado pelo município como possível Evento Adverso Pós-Vacinação (EAPV), temporalmente associado a aplicação da vacina. No entanto, considerando que a notificação de qualquer EAPV deva ocorrer em um prazo de até 30 dias após o recebimento da vacina, é necessário avaliar com cautela essa informação, pois o óbito pode estar associado a outras causas e não necessariamente à vacina. Sendo assim, o caso está sendo investigado”.
Com informações de Karin Mariana / Portal Agora