O Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), unidade do Governo do Estado em Florianópolis, promove ações de orientação e conscientização junto aos seus pacientes e à comunidade, reforçando a importância do Dia Mundial sem Tabaco, em 31 de maio. Criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a data tem como objetivo alertar sobre os riscos do tabagismo e incentivar políticas públicas para reduzir seu impacto na saúde global.
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O Instituto Nacional do Câncer (Inca) traz o tema “Cigarros eletrônicos e aditivos: sabores e aromas artificiais que promovem e perpetuam a dependência de nicotina”. A proposta é evidenciar como a indústria do tabaco transforma produtos perigosos em itens aparentemente inofensivos — sobretudo para os jovens — por meio de embalagens atrativas, sabores variados e estratégias digitais de marketing.
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Segundo o diretor-geral do Cepon, Marcelo Zanchet, o tabagismo está diretamente ligado ao aumento de diversos tipos de câncer, principalmente os que afetam a via aérea, como pulmão, laringe, traqueia e boca. “A cessação do tabagismo é uma das atitudes que uma pessoa pode tomar para reduzir significativamente o risco de desenvolver câncer. Cerca de 85% a 90% dos casos de câncer de pulmão têm relação direta com o cigarro”, reforça o médico.
Além disso, ele destaca que os benefícios de parar de fumar aparecem rapidamente. “O paciente sente melhora na qualidade de vida, no paladar, na respiração e até na recuperação de cirurgias. Mesmo quem já recebeu um diagnóstico oncológico pode se beneficiar ao abandonar o cigarro”, destaca o diretor.
Cigarros eletrônicos: ameaça disfarçada
Os dispositivos eletrônicos para fumar, apesar de proibidos no Brasil, continuam sendo promovidos como alternativas “menos nocivas”. No entanto, estudos e entidades de saúde alertam: esses produtos também contêm nicotina e outras substâncias tóxicas que causam dependência e danos à saúde. Muitas vezes são direcionados ao público jovem com sabores artificiais, embalagens atrativas e forte presença nas redes sociais.
“Apesar de parecerem inofensivos, os cigarros eletrônicos contêm nicotina, alcatrão, monóxido de carbono e outras substâncias altamente tóxicas. Eles não são regulamentados no Brasil e já existem evidências de que são ainda mais prejudiciais do que o cigarro convencional. Por isso, não são uma alternativa segura e muito menos uma ferramenta eficaz para parar de fumar”, reforça a terapeuta ocupacional do Cepon, Gabriela Budniak.
Tabagismo: uma doença evitável
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tabagismo é responsável por mais de 8 milhões de mortes anuais no mundo e é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência da nicotina. A boa notícia é que, com apoio adequado, parar de fumar é possível.
“Aqui no Cepon, o tratamento do tabagismo é feito pela Terapia Ocupacional, tanto com pacientes ambulatoriais quanto internados. É um cuidado individualizado: avaliamos cada pessoa para entender se a dependência é mais química, emocional ou comportamental. A partir disso, construímos um plano terapêutico específico, sempre seguindo as diretrizes do SUS”, explica Gabriela.
A campanha vai além da conscientização — é um convite à reflexão, ao cuidado e à escolha pela vida. O combate ao tabagismo exige informação, empatia e acompanhamento profissional. E no CEPON, esse compromisso começa com escuta, acolhimento e ação.