Nas últimas cinco décadas, Jaraguá do Sul viveu um intenso processo de urbanização. O perfil empreendedor e de valorização do trabalho dos jaraguaenses transformou a cidade, que passou de agrícola para industrial, tornando-se polo de empresas multinacionais, como a WEG e a Duas Rodas, e de grandes empresas têxteis, como Malwee e Marisol, que trouxeram para o município o título de Capital da Malha.
De acordo com dados do censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), até 1970 havia mais pessoas residindo na área rural do que na urbana. Na década de 1980 essa proporção se inverteu e, no final dos anos 1990, 77% da população estava na cidade e apenas 22% no interior.
Jaraguá do Sul tem hoje aproximadamente 200 mil habitantes e 50,2 % dos empregos formais estão na indústria; 30,7% no setor de serviços (muitos deles atrelados à indústria, atuando como fornecedores de peças e insumos); 15,3% no comércio; 3,6% na construção civil e somente 0,2% em atividades ligadas à agropecuária.
Saldo de empregos positivo
Em fevereiro deste ano, a cidade teve um saldo de empregos positivo de 1.059 vagas, o que equivale a um crescimento de 3,6% em relação ao mesmo período do ano passado. “É o nosso melhor número nos últimos dois anos”, afirma o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Thiago Sarmanho, que destaca ainda o crescimento de 17,7% do setor de construção civil em relação a 2023.
Sarmanho atribui este crescimento na construção civil ao reaquecimento do mercado imobiliário, em função da recente evolução da legislação, como a Lei do Zoneamento, que oferece maior segurança jurídica para investidores e players deste segmento. “Outro ponto importante a ressaltar é a desburocratização que conseguimos tangibilizar através do Tempo Médio de Abertura de Empresas. Em fevereiro deste ano, batemos novamente nosso recorde histórico, chegando a 10 horas de tempo médio para se abrir uma empresa em Jaraguá do Sul”, observa o secretário.
Oportunidade profissional: Analista de Marketing veio de Brejo de Areia (MA) para Jaraguá do Sul
Mônica da Silva Barros, 29 anos, é natural de Brejo de Areia (MA) e mora em Jaraguá do Sul há 4 anos e 9 meses. A Analista de Marketing veio para cá por conta de uma proposta de trabalho em uma grande empresa jaraguaense. “Me mudei para Jaraguá em um sábado e comecei a trabalhar na segunda, foi uma viagem corrida, mas deu tão certo que já estou aqui todo esse tempo”, conta.
Na opinião de Mônica, a principal vantagem de trabalhar em uma grande empresa são as oportunidades internas. “A forma de se trabalhar também é totalmente diferente, com fluxos definidos e a busca por resultados. A empresa também nos incentiva a estudar para alcançarmos cargos mais altos. E o fato de estarmos sempre rodeados de pessoas bem sucedidas, com objetivos definidos, faz a gente querer algo mais e se esforçar para isso. Então acaba tirando a gente da zona de conforto”, afirma.
Acijs destaca a importância do trabalho no desenvolvimento econômico de Jaraguá do Sul
Para a presidente da Associação Empresarial (Acijs) e do Centro Empresarial de Jaraguá do Sul (Cejas), Caroline Obenaus Cani, a indústria tem papel relevante como um dos pilares do desenvolvimento econômico e social do município, contribuindo para que a cidade se tornasse referência em diversos setores produtivos, com forte apoio da inovação e tecnologia, estimulando outras cadeias produtivas na região e proporcionando oportunidades de crescimento para a comunidade, gerando empregos, renda e investimentos.
“O trabalho é uma vertente marcante da história de Jaraguá do Sul, impulsionando a produtividade e o crescimento sustentável da cidade e região”, afirma Caroline, que destaca que a Acijs, enquanto entidade empresarial, atua como estimuladora do crescimento do setor produtivo, buscando o apoio para que se tenha melhorias na infraestrutura e com isto um ambiente de negócios favorável para as mais de 1.600 empresas associadas e para empreendedores que têm seus negócios no município e região.
A presidente pontua a importância da integração com o setor público e o trabalho articulado com outros setores representativos, que visa consolidar a região como um polo de inovação e desenvolvimento tecnológico, assegurando uma matriz econômica sustentável, com bem-estar e qualidade de vida para a população.
“A indústria não apenas gera riqueza por meio de uma produção qualificada, mas também fomenta o desenvolvimento social, cuidando da saúde, da segurança pública e da educação. O associativismo empresarial tem como missão atuar em prol deste ciclo de crescimento com equilíbrio, com um polo econômico dinâmico e competitivo, que promove a inclusão social e o desenvolvimento humano”, completa Caroline.