Jaraguá do Sul já registra dez mortes relacionadas à dengue este ano. Na última sexta-feira (31), a Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, recebeu do Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen) a confirmação de mais três óbitos causados pela doença: um homem, na faixa etária dos 60 aos 69 anos, morto em 24 de abril – o caso aguardava avaliação dos especialistas da Diretoria de Vigilância Epidemiológica Estadual para definir a classificação da causa do óbito -, outro homem, na faixa etária dos 70 aos 79 anos, morto em 18 de maio, e uma mulher na faixa etária dos 30 aos 39 anos, que morreu em 21 de maio.
De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, até o dia 31 de maio também foram confirmados 17.459 casos da doença em Jaraguá. Há ainda 1.006 casos suspeitos e outros 3.949 descartados. O número de focos do Aedes aegypti é de 1.644.
Com relação às mortes causadas pela dengue, o secretário municipal de Saúde, Alceu Moretti, declarou que “infelizmente, eles acabam acontecendo devido à grande quantidade de notificações que temos, mas é importante dizer que estamos sempre em contato com os nossos hospitais, orientando, com toda a nossa equipe, e buscando informações para evitar ao máximo os casos de óbito”.

Foto: Divulgação/PMJS
Centro de Atendimento Dengue
Em 9 de abril deste ano, a Prefeitura montou o Centro de Atendimento Dengue no Parque Municipal de Eventos para atendimento exclusivo aos casos suspeitos ou confirmados de dengue. Até a última sexta-feira (31), foram realizados no local 31.643 atendimentos, 4.460 hidratações, 236 transferências e usados 13.380 litros de soro. Nos últimos dias, segundo o acompanhamento da Secretaria Municipal de Saúde, a procura por atendimentos no Centro Dengue, apresentou redução. Na terça-feira (28), por exemplo, teve um momento em que não havia pacientes aguardando por atendimento.
O secretário Alceu Moretti afirma que tem acompanhado de perto o trabalho realizado na Centro de Atendimento Dengue e nas Unidades Básicas de Saúde. “É um trabalho muito eficiente, com centenas de atendimentos todos os dias. Também temos uma ambulância disponível caso haja necessidade de transferências”, disse.
O Centro funciona nos seguintes horários: segunda a sexta-feira das 7h às 22h (a recepção dos pacientes ocorre das 7h às 19h) e sábados, domingos e feriados das 7h às 17h (a recepção dos pacientes ocorre das 7h às 14h).
O acesso dever ser feito exclusivamente pela Rua José Fachini, que leva aos fundos do Parque de Eventos.

No período entre 9 de abril e 31 de maio, 31.643 passaram pelo Centro de Atendimento Dengue | Foto: Divulgação/PMJS
Aplicação de inseticida teve início em 2 de março
Desde 2 de março, equipes da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado de Santa Catarina (Dive) e do Controle de Zoonoses do Município têm feito a aplicação de inseticida (fumacê) para o controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e chikungunya. O Bairro Água Verde foi o primeiro a receber a aplicação. Na ocasião, o secretário municipal de Saúde, Alceu Moretti, declarou que a principal preocupação era com o crescimento dos números neste ano e com o risco de faltar leitos hospitalares para atender pacientes com dengue. “Estamos fazendo um esforço concentrado para conter o avanço da dengue e, assim, evitar internações. As taxas de ocupação dos nossos hospitais estão elevadas e temos que combater o mosquito antes de gerar mais e mais pacientes”, afirmou.
A ação vem sendo realizada ininterruptamente e de forma revezada em todos os pontos da cidade. São três ciclos nos mesmos locais, em semanas subsequentes. O objetivo é pegar todas as formas do mosquito Aedes aegypti: mosquitos adultos na primeira aplicação, os que eram larvas e se tornaram mosquitos (2º aplicação) e os que eram ovos e se tornaram mosquitos (3º aplicação). Desta forma é possível eliminar todos os mosquitos infectados com o vírus na área onde ocorre a aplicação.
Nesta segunda-feira (3), a aplicação de inseticida ocorreu em ruas dos bairros Vila Lenzi, Tifa Martins e São Luís.

A ação vem sendo realizada ininterruptamente e de forma revezada em todos os pontos da cidade. | Foto: Divulgação/PMJS
Vacina disponível nas Unidades Básicas de Saúde
A vacina contra a dengue segue disponível nas Unidades Básicas de Saúde de Jaraguá do Sul para a faixa etária entre 10 e 14 anos. A imunização reduz o risco de infecção sintomática, hospitalizações e da morbimortalidade (índice de pessoas mortas em decorrência de uma doença específica dentro de determinado grupo populacional). A vacina QDenga® age contra os quatro sorotipos da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).

Por enquanto, a imunização é destinada para crianças e adolescentes na faixa etária entre 10 e 14 anos | Foto: Divulgação/PMJS
Cuidados importantes para evitar a proliferação do mosquito
A Secretaria Municipal de Saúde reforça a importância dos cuidados nas residências, evitando locais propícios para a proliferação do mosquito. É importante destacar que nos períodos chuvosos a atenção deve ser ainda maior.
Confira atitudes simples que ajudam a eliminar os criadouros do Aedes aegypti:
– Guarde pneus e outros objetos que possam acumular água em locais secos e abrigados da chuva. Para maior prevenção, também é recomendada a realização de furos ou cortes para o escoamento de qualquer quantia de água que pare dentro do objeto;
– Mantenha ralos vedados ou higienizados esfregando uma vez por semana as laterais internas com uma esponja ou escova;
– Mantenha caixas e tambores de captação de água da chuva sempre vedados com tampa e tela e ainda realize higienização semanal com escova;
– Conserve a caixa d’água com a tampa completamente vedada e cubra o “ladrão” com tela.
– Coloque latas, tampas de garrafa, cascas de ovos e outras embalagens vazias em sacos plásticos bem fechados antes de descartá-los. Mantenha-os fora do alcance de animais até o recolhimento;
– Trate a água de piscinas com cloro e limpe-as uma vez por semana. Utilizar uma capa como cobertura não impede os focos do mosquito;
– Elimine os pratos embaixo dos vasos de plantas. As raízes das plantas não absorvem a água que fica nos pratinhos, e portanto, não possuem utilidade;
– Evite ter plantas aquáticas e opte por plantá-las na terra. Caso opte por mantê-las na água realize a troca da água duas vezes por semana higienizando o interior do vidro;
– Lave semanalmente com escova e sabão os potes de água dos animais domésticos;
– Mantenha as calhas para água da chuva desobstruídas realizando a limpezas de maneira periódica;
– Bromélias são plantas que acumulam muita água em seu interior e acabam tonando-se criadouro para o mosquito Aedes Aegypti, por isso a orientação é para que elas sejam substituídas por outras espécies de plantas.

Atitudes simples ajudam a evitar a proliferação do Aedes aegypti | Foto: Jonatã Rocha/Secom
Uso de repelente
O uso diário e frequente de repelente é uma medida eficaz para evitar a picada do mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela urbana. Além disso, é essencial estar atento aos sintomas iniciais da dengue, que incluem dor muscular intensa, febre alta e dor atrás dos olhos. Caso esses sintomas se manifestem, é recomendável buscar atendimento médico o mais rápido possível, para que o profissional possa tomar as medidas adequadas.

A aplicação diária e frequente de repelente é uma medida eficaz para evitar a picada do mosquito transmissor | Foto: iStock