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Defesa Civil monitora impactos da maré alta e mantém alertas para litoral de SC

Foto: Luiz Felipe Pereira Matos/DCSC

Por: Ewaldo Willerding Neto

10/10/2025 - 07:10

As ocorrências de maré alta provocaram danos em municípios do litoral catarinense nos últimos dias. A Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (SDC/SC) já havia emitido alertas sobre o fenômeno. Entre os municípios mais afetados estão Barra Velha, que decretou situação de emergência, e Florianópolis, que registrou danos estruturais em áreas costeiras.

Em Florianópolis, doze casas e cinco postes foram atingidos pela ressaca durante a semana. De acordo com a Defesa Civil Municipal, a maré alcançou níveis superiores aos registros históricos, com picos de até 1,40 metro, principalmente na Praia dos Ingleses, no Norte da Ilha. O município não também decretou situação de emergência.

Em Barra Velha, a Prefeitura decretou situação de emergência no domingo (05), por meio do Decreto nº 2.262/2025, devido aos impactos das ressacas marítimas e da erosão costeira. As áreas mais afetadas são a Praia da Península e a Praia das Pedras Brancas e Negras, que apresentam risco muito alto para edificações e infraestrutura costeira.

De acordo com o coordenador municipal de Defesa Civil, Felipe Matos, o avanço do mar tem atingido áreas próximas às residências, tornando necessária a adoção de medidas imediatas. O decreto permite à administração mobilizar recursos e executar obras emergenciais para conter danos, reparar estruturas afetadas e mitigar os impactos de possíveis próximas ocorrências. Entre as ações previstas estão obras de contenção costeira, reestruturação de orlas e a articulação com órgãos estaduais e federais para suporte técnico.

A situação de emergência terá vigência de 180 dias, período em que poderão ser realizadas obras emergenciais sem necessidade de licenciamento ambiental, conforme a legislação estadual e federal vigente.

Como a maré alta se forma?

A maré é o movimento periódico das águas do mar, que se elevam ou baixam em relação a um ponto fixo da costa. Para compreender como ocorre a maré alta, é necessário conhecer os fenômenos que a influenciam, podendo ser classificada como maré astronômica ou maré meteorológica.

A maré astronômica ocorre pela atração gravitacional exercida pela Lua e pelo Sol sobre a Terra, provocando a elevação e diminuição periódica do nível do mar. Quando as forças gravitacionais desses astros se alinham, geralmente durante a Lua Cheia e a Lua Nova, a amplitude da maré aumenta significativamente, fenômeno conhecido como maré de sizígia (ou maré de lua).

A maré meteorológica, por sua vez, resulta da influência dos ventos e da pressão atmosférica sobre o nível do mar. Na costa catarinense, ela tende a ser positiva (sobreelevação) quando há ventos persistentes de sul/sudeste, e negativa (rebaixamento) quando predominam ventos de norte.

Quando a maré astronômica de sizígia coincide com a maré meteorológica positiva causada por ventos do quadrante sul, ocorre o que chamamos de maré alta composta ou ressaca do mar, resultando em elevações excepcionais do nível do mar. Adicionalmente, a quebra das ondas próximo à costa gera o fenômeno de setup de ondas, uma sobreelevação adicional do nível médio da água junto ao litoral. A combinação desses fatores eleva significativamente o nível base de ataque das ondas, permitindo que alcancem áreas normalmente protegidas e intensificando os processos erosivos na costa, com potencial para causar danos a estruturas, edificações e infraestrutura litorânea.

Defesa Civil recomenda:

  • Evite o contato com as águas e não dirija em locais alagados;
  • Evite transitar em pontilhões e pontes submersas;
  • Evite atividades de navegação, pesca, esportes marítimos e banho de mar.

A Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina segue com monitoramento constante das condições climáticas e mantém equipes em campo, apoiando os municípios com suporte técnico, levantamento de danos e orientações para decretos e solicitações de recursos.

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Ewaldo Willerding Neto

Jornalista formado pela UFSC com 30 anos de atuação.