Cuidadora de 65 anos é presa por agredir menino autista

Foto: Pixabay

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

17/02/2024 - 13:02 - Atualizada em: 17/02/2024 - 13:33

Uma cuidadora de 65 anos foi detida em flagrante na última segunda-feira (12) após agredir um menino autista de 11 anos em Bento Ribeiro, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A mãe da criança presenciou parte das agressões por meio das imagens de uma câmera de segurança instalada na sala da residência.

Marcelli de Lima Pereira, que também é mãe de outro menino, havia contratado a suspeita para cuidar das crianças nos dias em que estava de plantão no trabalho, há mais de um ano. Na última segunda-feira, Marcelli relatou que havia trabalhado na madrugada de domingo (11), e os filhos haviam ficado com o pai. Ao chegar em casa, pela manhã, ela ligou para a cuidadora para que cuidasse dos meninos para que ela pudesse descansar.

A mãe informou que a mulher chegou à residência por volta das 9h. Durante o almoço, ao acordar, Marcelli foi até a sala e encontrou a cuidadora cochilando no sofá ao lado de seu filho de 11 anos, que tem autismo nível 3 e não consegue se comunicar.

Marcelli relatou que, em certo momento, seu filho Lucas se mexeu, e a suspeita deu-lhe uma cotovelada. Em seguida, iniciaram uma discussão, e a cuidadora alegou que estava brincando, afirmando que esse tipo de interação era comum entre eles, incluindo “soquinhos” e “cosquinhas” na região genital. Marcelli então pediu que ela fosse embora e começou a revisar as imagens das câmeras de segurança. Ao ver as agressões, ela chamou a polícia.

Enquanto a viatura levava mãe e filho para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), os policiais avistaram a suspeita entrando em uma padaria. Eles a abordaram, chamaram outra viatura e a conduziram à delegacia. Na 30ª DP (Marechal Hermes), os investigadores analisaram os vídeos das câmeras de segurança da casa e prenderam a cuidadora em flagrante.

A mãe da criança suspeita que a cuidadora possa ter agredido seu filho outras vezes. Ela recordou que o menino era muito ativo e frequentemente aparecia com hematomas e arranhões, mas nada que levantasse suspeitas. No entanto, quando o menino aparecia com um “ferimento mais sério”, a cuidadora, segundo Marcelli, sempre tinha uma explicação plausível, o que nunca a fez desconfiar.

Agora, após o incidente de segunda-feira, a mãe se emociona ao lembrar que o menino sempre chorava quando a suspeita chegava para cuidar dele. Marcelli acreditava que a reação do menino era devido ao fato dela ter que sair para trabalhar.

A mãe informou que a cuidadora era uma pessoa de confiança da família do pai dos meninos e havia trabalhado por 16 anos no restaurante do avô paterno das crianças.

“Essa pessoa me acompanhava há 1 ano e 2 meses. Era uma pessoa que tinha recomendação, que já tinha trabalhado com a família do pai dele, é conhecida, e estava disponível. Demonstrava na minha frente amor e carinho ao meu filho. Infelizmente, isso aconteceu”, disse.

“Eu estou aqui por justiça, eu estou aqui por visibilidade, para pessoas que passam pela mesma coisa que eu passo. E, principalmente, para que ninguém mais passe, para que nenhuma mãe sinta a dor que eu estou sentindo.”

A mulher passou por audiência de custódia na tarde de terça-feira (13). Durante a audiência, o juiz Alex Quaresma Ravache rejeitou o pedido da defesa da mulher e converteu em prisão preventiva a prisão em flagrante da cuidadora.

Na sua decisão, o magistrado afirmou que “há prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria, materializados nos depoimentos da vítima e testemunhas em sede policial, bem como no laudo de exame de lesão corporal”.

Ainda de acordo com o juiz, “em que pese sua primariedade, as peculiaridades do caso concreto demonstram a alta periculosidade da custodiada, que trabalha como cuidadora de crianças. Com efeito, diante dos relatos de agressões constantes contra menor de idade que não possuía capacidade de autodefesa, conclui-se que a prisão cautelar, ao menos por ora, é a única medida efetivamente capaz de evitar a reiteração delitiva, resguardando assim a integridade física da vítima e de outras crianças”, destacou.

Com informações do G1.

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).