O atraso na entrega dos Correios segue afetando os moradores de Jaraguá do Sul. E o problema, que já vem sendo noticiado pelo OCP News desde fevereiro, parece ainda estar longe de uma solução.
No mês passado, o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina (Sintect), Hélio Samuel, afirmou que os Correios de Jaraguá do Sul estavam operando com apenas 27 funcionários.
Isso porque o contrato de 17 terceirizados havia encerrado, causando um desfalque importante na equipe.
Segundo Hélio Samuel, como medida paliativa, os Correios passaram a realocar trabalhadores de outras cidades para Jaraguá do Sul.
“Eles ficam cerca de uma semana e, embora sejam experientes, não estão adaptados à cidade. Por isso, essa medida não resolve o problema e ainda causa transtornos nas outras unidades que estão sendo desfalcadas.”
O representante do sindicato explica que muitos desses trabalhadores são pais de família e não querem ficar tanto tempo longe de casa. Dessa forma, quando começam a se ambientar e conhecer as peculiaridades de Jaraguá do Sul, já está na hora de voltar para casa. Depois, outros trabalhadores chegam para substituí-los, mas o ciclo se repete.
Para o representante do sindicato, o problema começou quando a gestão dos Correios permitiu que o contrato dos terceirizados se encerrasse, e a solução só virá com um novo concurso público, para que outros trabalhadores venham para Jaraguá do Sul.
Encomendas estão em Florianópolis
Hélio Samuel conta que, devido ao acúmulo de encomendas no Centro de Distribuição (CDD) de Jaraguá do Sul, uma grande quantidade delas foi enviada para Florianópolis.
Na capital, essas encomendas são “tratadas”, ou seja, uma equipe avalia os pedidos, separa conforme a cidade de destino e organiza a rota de entregas. Depois, essa carga é reenviada para Jaraguá do Sul e os trabalhadores já sabem qual será a ordem de entrega nos municípios da região.
“Não adianta [a população] ir até o CDD de Jaraguá do Sul, porque é possível que o pedido esteja em Florianópolis”, alerta o representante do sindicato.
Ele explica que as encomendas foram enviadas à capital porque o excessivo armazenamento em Jaraguá do Sul, além de atrapalhar o trabalho, estava perigoso.
“Já não havia mais espaço em Jaraguá do Sul e as encomendas já estavam ocupando três contêineres, um em cima do outro, quando o máximo recomendado são dois”, ressalta.
Dessa forma, Hélio Samuel avalia que o problema na cidade ainda está longe de ser resolvido. Enquanto isso, tanto os moradores quanto os trabalhadores dos Correios de Jaraguá do Sul seguem sendo prejudicados.