Em busca de destacar os problemas de falta de humanização no atendimento e as longas filas de espera para receber assistência médica, o Conselho Municipal de Saúde, juntamente com familiares de pacientes, realizou mais um protesto em frente ao Hospital Materno-Infantil Santa Catarina (HMISC), em Criciúma.
O presidente do Conselho Municipal de Saúde de Criciúma, Julio Cesar Zavadil, expressou preocupação com a qualidade do atendimento no hospital, afirmando que os problemas não são novos e têm se agravado desde gestões anteriores.
“Os problemas no hospital iniciaram principalmente a partir da última e da gestão atual. São entidades que trouxeram muitos problemas para o hospital e para os atendimentos de pais que procuram atendimento na unidade hospitalar”, salientou.
Humanização
Zavadil ressaltou ainda a importância da humanização no atendimento, destacando a necessidade de os profissionais de saúde considerarem os sentimentos e necessidades das mães, pais e crianças que procuram assistência no hospital.
“Nós precisamos de pessoas que atendam aquelas mães e as crianças de acordo com o momento que elas vivem. Por isso precisa ter uma humanização no atendimento. Nós precisamos de respeito com as mães, pais e crianças que estão no local, que ficam esperando muito tempo. O objetivo é melhorar o atendimento para quem utiliza a unidade em momentos difíceis. Não queremos que ninguém fique três horas na fila esperando por atendimento”, declarou Zavadil.
Pensando nisso, o presidente cobrou que a gestão cumpra com o que está no contrato. “É necessário que o hospital reduza o tempo de espera para atendimento e coloque mais funcionários para trabalhar para que as pessoas tenham um atendimento digno em hospital que atende a região inteira”, completou.
“Pacientes deveriam ser atendidos em UBSs”
Em resposta ao protesto, o Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (Ideas), órgão privado que administra o Hospital Materno-Infantil Santa Catarina, emitiu uma nota, destacando suas recentes conquistas em termos de qualidade e segurança no atendimento. A unidade recebeu o selo de reconhecimento da Organização Nacional de Acreditação (ONA) na categoria Serviços Hospitalares e foi reconhecida pela Anvisa pelo terceiro ano consecutivo pela segurança do paciente em UTIs.
No entanto, a nota também reconheceu a demanda significativa de pacientes que poderiam ser atendidos em Unidades Básicas de Saúde e UPAs, o que sobrecarrega o HMISC. Conforme o comunicado, apenas uma pequena porcentagem dos pacientes atendidos no hospital são classificados como emergência ou urgência.
“Importante ainda observar que 70% da demanda de atendimentos são pacientes que deveriam ser atendidos em Unidades Básicas de Saúde e UPAs pois apresentam sinais e sintomas não caracterizados como urgência e emergência, níveis que são de competência desta unidade hospitalar. Números do último trimestre apontam que apenas 24 pacientes foram classificados como emergência e 3.141 como urgência. Porém, somente no último mês, o Hospital Materno-Infantil atendeu cerca de 8 mil pacientes via porta de entrada de nossos Pronto Atendimentos”, diz a nota.
Solução
A direção do HMISC reforçou o compromisso em buscar soluções para melhorar o atendimento à população, destacando as discussões sistemáticas que têm ocorrido com a saúde pública de Criciúma nos últimos meses.
“A direção do HMISC ainda reforça que a unidade vem fazendo, sistematicamente nos últimos meses, discussões com a saúde pública de Criciúma para buscarem juntas soluções para um atendimento ainda melhor às demandas da população”, finaliza a nota.