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Conheça cuidados para uma viagem de moto mais segura

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Por: Elisângela Pezzutti

10/08/2025 - 09:08 - Atualizada em: 10/08/2025 - 09:19

O crescimento do uso de motocicletas no Brasil veio para ficar e está relacionado à falta de opções mais eficientes de transporte público. A frota de motos do país aumentou em quase 5 milhões desde a pandemia de covid-19 e já passa de 29 milhões de veículos. Em seis estados do Norte e Nordeste brasileiros, elas já superaram os automóveis.

Com tantas motos nas ruas, as mortes em quedas, colisões e atropelamentos sobre duas rodas dispararam: já são uma em cada três entre todos os casos de vítimas do trânsito. Mas os óbitos são apenas parte do problema: segundo o Ministério da Saúde, entre 2010 e 2023, 1,4 milhão de motociclistas foram internados após incidentes nas ruas brasileiras, o que corresponde a 57,2% de todas as internações associadas a lesões de trânsito no país.

Para encerrar a série Rota Perigosa: brasileiros se arriscam em motos por renda e mobilidade, a Agência Brasil separou cuidados apontados pela legislação, plataformas de aplicativo e especialistas em segurança viária que podem fazer as viagens de moto menos arriscadas.

Use capacete

É obrigatório no Brasil utilizar capacetes adequados em viagens de moto – isso vale tanto para o condutor quanto para o carona. O equipamento de segurança deve estar em bom estado; possuir viseira ou óculos de proteção; ter adesivos retrorrefletivos na parte frontal, lateral e traseira; e exibir selo holográfico da certificação do Inmetro. A lei determina que o capacete deve estar afivelado e que a viseira deve estar sempre abaixada para a proteção dos olhos do condutor e do carona. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o uso correto de capacetes pode reduzir em 42% o risco de mortes e em 69% o risco de lesões graves.

Não use celular durante a viagem

O uso de celular gera distração e pode prejudicar o equilíbrio sobre a moto. Os condutores devem segurar as duas mãos no guidão, e os caronas também devem estar atentos e se segurar com as duas mãos durante as viagens de moto. A Opas alerta que os condutores que usam celulares enquanto dirigem têm cerca de quatro vezes mais chances de estarem envolvidos em um acidente.

Respeite os limites de velocidade

Conduzir em alta velocidade torna manobras e frenagem mais arriscadas, reduz a capacidade de se antecipar às surpresas do trânsito e também pode dificultar a reação de outros condutores, motoristas e pedestres. Além disso, aumenta a força do impacto que os corpos do motociclista e do carona vão sofrer em caso de colisão. Segundo a Opas, cada acréscimo de 1% na velocidade média produz um aumento de 4% no risco de ter um sinistro fatal no trânsito. Isso significa que, caso haja um sinistro, há 132% mais riscos de morrer a 80 km/h do que a 60 km/h.

Viaje sóbrio

Conduzir um veículo sob efeito de álcool e outras substâncias que prejudicam a lucidez e o equilíbrio é um crime previsto no Artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro. Da mesma maneira, embarcar na garupa de uma moto sob o efeito de substâncias aumenta os riscos para condutor e passageiro, que pode atrapalhar o motociclista no controle da direção. Os aplicativos de transporte, por exemplo, recomendam os usuários a escolher uma viagem de automóvel caso tenham bebido e orientam os motociclistas a não transportarem passageiros embriagados.

Use roupas adequadas

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) e outras entidades que produzem materiais sobre segurança viária recomendam o uso de jaquetas, calças e luvas de material resistente e cores claras, calçados fechados. Além disso, calce sapatos fechados ou botas que protejam seus pés e tornozelos e evite tecidos longos, chinelos e outras roupas ou acessórios que podem se prender à moto. Lembre-se que, em caso de queda, a roupa pode proteger ou expor o corpo ao contato com o asfalto.

Tenha cuidado no corredor entre os veículos

Não é proibido circular no corredor entre os demais veículos nas cidades brasileiras, mas isso aumenta o risco de acidentes. Motoristas de carros maiores podem trocar de faixa sem ligar a seta, passageiros podem abrir as portas dos veículos, e pedestres podem atravessar entre os carros, fora da faixa. Quando for necessário trafegar no corredor, vá em baixa velocidade e não faça ultrapassagens pela direita.

Crianças, só após os 10 anos

A legislação brasileira só permite transportar crianças em motocicletas a partir dos 10 anos. Para tal, é necessário uso de capacete adequado para o tamanho da criança. A idade mínima para ser condutor de moto no Brasil é 18 anos – não é possível conduzir ou tirar CNH categoria A (moto) antes disso nem com consentimento do responsável.

Use farol baixo mesmo durante o dia
O uso do farol baixo ajuda o veículo a chamar mais atenção de outros condutores no trânsito. Segundo a Opas, um trânsito com motocicletas de farol baixo ligado tem risco até 20% menor de colisões.

Leve apenas um passageiro

Os condutores de motocicleta só podem transportar um passageiro na garupa da moto. Transportar passageiro fora do assento suplementar colocado atrás do condutor ou em carro lateral é infração gravíssima prevista no Artigo 244, Inciso II, do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), penalizada com multa e suspensão do direito de dirigir.

Segure firme e mantenha o equilíbrio

Se você vai na garupa em uma viagem de moto, deve segurar com as duas mãos nas alças traseiras da motocicleta ou no motociclista e manter os pés nos pedais de apoio durante toda a viagem. É importante não segurar em outras partes laterais da moto e se manter afastado do escapamento. Durante a viagem, é necessário alinhar seu corpo com o do condutor e acompanhar o movimento do corpo dele suavemente, principalmente nas curvas. O carona pode atrapalhar o equilíbrio do condutor durante a viagem e até causar quedas e colisões.

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Fonte: Agência Brasil

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Elisângela Pezzutti

Graduada em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.