A 34ª edição da Schützenfest, de Jaraguá do Sul, iniciou no dia 7 e encerra no próximo domingo (17), tendo atraído até o momento milhares de pessoas. E quem teve a honra de representar a festa este ano foram as majestades, Júlia Ewald, rainha, Julia Emmendoerfer, 1ª princesa, e Camila Maas, 2ª princesa escolhidas no fim da festa do ano passado. Nesta sexta-feira (15), às 19h, ocorre o concurso para escolha das realezas que vão substituir as três atuais na próxima edição da Festa dos Atiradores em 2025.
Ser rainha ou princesas de um concurso tradicional é, para muitas meninas, um sonho de infância. Muitas já imaginaram ser protagonistas de uma história de conto de fadas, com coroa e vestido de gala, desfilando diante de uma multidão de olhares admirados. Mas a realeza da Schützenfest vai muito além dessa fantasia.
Em uma cidade onde a festa é a celebração da imigração e da cultura germânica, ser parte da realeza da Schützen é um privilégio que vem com muita responsabilidade e preparação. Cada uma das majestades desta edição, que brilhou nos desfiles e conquistou o coração dos jaraguaenses, tem uma história própria e emocionante.
De menina sonhadora a rainha da Schützenfest
Júlia Ewald, rainha da Schützenfest, tem 22 anos e ganhou o título representando a Sociedade Centenário, onde venceu seu primeiro concurso. Ela se formou em Biomedicina e, desde jovem, sempre foi empreendedora. Com apenas 16 anos, iniciou sua trajetória no mundo dos negócios, especializada em perfumaria para ambientes. Mas o seu sonho, sempre foi o de estar à frente de algo grandioso, ela queria representar a cidade com toda a sua essência e dedicação.
“Desde pequenina, sempre estive envolvida em concursos de realeza. Minha tia participava e preparava as meninas, e quando dava, eu a ajudava. Eu lembro que, na época da pandemia, estava enfrentando uma fase difícil, mas decidi que ia tentar, que ia me jogar no concurso da Sociedade Centenário. Não sabia muito bem como ia ser, mas acreditei”, relembra Júlia.
Sua preparação foi árdua, com o concurso de sua sociedade em julho e a Schützenfest logo em novembro, o tempo para treinar foi curto, mas a dedicação foi imensa.
Após vencer como rainha do Centenário, Júlia e sua família começaram a se preparar para o grande dia. “Na semana do concurso, minha mãe fazia perguntas que poderiam cair e eu tinha que parar tudo o que estava fazendo, desfilar e responder, isso me ajudou muito”. Além das práticas com oratória e passarela, a rainha treinou seu alemão, que foi de grande importância até a conquista da coroa.
Ao subir no palco da Schützenfest, Júlia estava nervosa, mas encontrou o equilíbrio. “No momento que entrei, lembrei do que minha mãe me disse, entrar com um sorriso verdadeiro, sem medo. Aquilo me deu paz e fluiu”, conta. Com a torcida da família e o apoio de pessoas queridas, sua vitória foi uma emoção indescritível. “Ver minha família vibrando, chorando, foi um dos momentos mais especiais. Eles me apoiaram o ano inteiro. Isso valeu cada momento de esforço”, completa.
Ser princesa, mas não qualquer princesa…
Julia Emmendoerfer, a primeira princesa, tem 20 anos e é uma princesa um tanto quanto diferente, que joga tênis e estuda agronomia. Desde criança nutria o sonho de ser parte de uma corte, mas jamais acreditava que isso poderia se tornar realidade. “Quando criança, eu era modelo, sempre sonhei com algo que envolvesse beleza, mas achava tão distante… Não sabia como participar, achava quase impossível”, revela Julia.
Sua trajetória para chegar à realeza começou de forma inesperada, quando uma amiga a incentivou a se inscrever no concurso da Sociedade de Amizade.
A preparação para a Schützenfest, que veio logo depois, foi diferente. “Foi um processo de aprendizado e de me conectar com minha essência. Eu sempre soube que a resposta viria”, conta Julia, que fez questão de ser ela mesma no palco. Quando o grande momento chegou, estava preparada para entregar o melhor de si. “Não estava esperando nada, mas naquele momento, quando recebi a coroa, sabia que estava pronta, foi uma sensação única”, afirma.
“Nasci em um dia de Schützen”
A história da segunda princesa, Camila Maas, de 26 anos, é marcada por uma conexão intensa com a Schützenfest. Direto da Sociedade Aliança, Camila nasceu em um domingo da Festa dos Atiradores e cresceu imersa na cultura germânica. “Minha família sempre participou ativamente da festa, e eu via as meninas desfilando e pensava: será que posso? Será que é para mim?”, conta.
Em 2019, Camila decidiu se lançar no concurso e conquistou o título de segunda princesa, mas, como ela mesma diz, a caminhada estava só começando. Em 2022, ela retornou ao concurso da Sociedade Aliança, e após três anos de dedicação, alcançou seu grande objetivo, ser uma das princesas da Schützenfest.
A preparação de Camila foi de muita dedicação. “Eu sempre fui muito tímida e tinha medo de falar em público, mas, com a ajuda de um curso de oratória e de dicas de outras majestades, fui me preparando”, revela.
Sua grande superação foi entender que o concurso não era sobre perfeição, mas sobre ser autêntica. “Na hora em que subimos ao palco, o nervosismo deu lugar à tranquilidade. Eu senti que estava vivendo um momento único e tudo o que eu precisava fazer era entregar o meu melhor”, diz.
Ein Prosit para as realezas!
Ser realeza da Schützenfest não é apenas sobre glamour e vestidos. Trata-se de representar a comunidade, de preservar e divulgar a rica tradição da festa, que homenageia os imigrantes alemães que chegaram a Jaraguá do Sul e contribuíram para o crescimento da cidade. Cada uma dessas mulheres, com suas trajetórias distintas, tem o papel de perpetuar a história, de ser símbolo da união e da preservação das tradições culturais.