Conheça as conselheiras tutelares que assumem em 2024 em Jaraguá do Sul

Foto: Arquivo OCP News

Por: Elisângela Pezzutti

25/11/2023 - 07:11 - Atualizada em: 25/11/2023 - 10:13

No dia 1º de outubro deste ano, foi realizada em todo o Brasil a eleição dos novos membros dos Conselhos Tutelares. Cerca de 30 mil profissionais foram eleitos no país e assumirão seus cargos em 10 de janeiro de 2024, com a tarefa de atuar na defesa dos direitos de crianças e adolescentes pelos próximos quatro anos.

Em Jaraguá do Sul, a reportagem do OCP conversou com as 10 profissionais eleitas no município, às quais foram dirigidos os seguintes questionamentos:

1- Qual foi a sua motivação para se candidatar a membro do Conselho Tutelar de Jaraguá do Sul?
2- Qual é a sua opinião sobre essa forma de definição dos conselheiros por meio de eleição com a participação popular?
3 – Você já tem alguma experiência na área social, principalmente em questões que envolvem vulnerabilidade familiar? Qual é a sua formação?
4- Quais são seus objetivos e propósitos como conselheira tutelar?

Acompanhe as respostas:

 

Edilene Albus

Foto: Arquivo pessoal

“Além dar continuidade ao trabalho que iniciei no dia 19/12/2022, motiva-me o fato de poder defender a proteção integral da infância e adolescência, pois acredito que estas fases da vida são fundamentais para que, quando adulto, este indivíduo seja ator de transformação para obtermos uma sociedade justa, harmoniosa e que proteja todos os seus indivíduos.

Eu entendo que a intenção da escolha por voto seja uma ação democrática, um exercício de cidadania, e creio que, em futuro bem próximo, este movimento seja de fato entendido e exercido de forma mais correta, justa e íntegra. Mas, ao mesmo tempo, creio que a definição para ocupação da função deveria ser de resultado individual de conhecimento das legislações que abrangem a sociedade, em especial a da proteção integral das crianças e dos adolescentes, através da aplicação de prova de conhecimento, a avaliação psicossocial do candidato em trabalho individual e em equipe, pois importa informar que as decisões do Conselho Tutelar não se dão de forma individual (não é do conselheiro) e sim do colegiado (de todos os conselheiros) com base na proteção integral das crianças e dos adolescentes em cada caso, em cada situação.

Sou formada em Pedagogia/Administração Escolar, bacharel em Direito e pós-graduada em Psicopedagogia e Gestão Escolar. Atuo na rede pública de educação desde 1989. Além do âmbito da educação, também atuei como conselheira tutelar no final da década de 1990, participei dos movimentos sociais do Rotary Club e da ordem DeMolay, nas diretorias de APP’s (Associações de Pais e Professores) e na diretoria da AMA (Associação de Amigos do Autista).

Tenho como objetivo atuar de forma íntegra, ética, comprometida e compromissada aos ditames das legislações pertinentes à infância e adolescência, contribuindo para a manutenção e ampliação da rede de proteção em nosso município. Pretendo ainda, de forma particular e também em grupo, atender a todas as demandas e salvaguardar cada vez mais crianças e adolescentes de todo e qualquer mal que venham a sofrer. “

Fernanda Marina Cardoso Czycza

Foto: Arquivo pessoal

“Eu sempre admirei muito o trabalho dos conselheiros tutelares. Há um ano, eu e meu esposo recebemos em nossas vidas a nossa filha tão esperada, uma moça linda de 15 anos. E quando tivemos contato com o processo e tudo o que ela passou até chegar em nossas vidas, percebi o quanto os conselhos tutelares foram fundamentais. Então eu resolvi que não poderia mais ficar de fora apenas assistindo.

Eu acredito na democracia e a participação da população é fundamental. Acredito que podemos melhorar essa participação com campanhas mais eficazes de divulgação. Percebi que nem todas as pessoas entendem a importância de irem às urnas.

Trabalho há 11 anos na rede municipal de ensino de Jaraguá do Sul e também desenvolvo ações sociais na Igreja Evangélica, onde junto com meu esposo pastoreamos. Estamos sempre em contato com todos os tipos de famílias. Sou formada em Pedagogia e pós-graduada em Gestão Escolar, Orientação e Supervisão.

Meu objetivo como conselheira tutelar é garantir que os direitos das crianças e dos adolescentes sejam respeitados em todos os ambientes, quer sejam públicos, privados ou familiares. Na terceira pergunta, você fala sobre família em vulnerabilidade social… infelizmente, não são apenas as crianças dessas famílias que têm seus direitos desrespeitados. Eu já tive o desprazer de acompanhar casos onde a família era de “boa reputação”, com situação financeira favorável, e as crianças eram negligenciadas. Isso acontece muito mais do que se possa imaginar. “

Talita de Oliveira Leitão

Foto: Arquivo pessoal

“Com minha experiência na área de Educação, estou disposta a ajudar na proteção de crianças e adolescentes, zelando pelos seus direitos.

A eleição é importante, pois permite que a população conheça seus representantes e possa cobrá-los futuramente para que cumpram suas funções.

Sou pedagoga especialista em Educação Infantil e psicopedagoga. Atuei por quase 20 anos em sala de aula, na periferia, e sempre fiz o que foi possível em minha função, com o objetivo de contribuir para o bem-estar das crianças.

Meu objetivo é trabalhar para garantir os direitos das crianças e adolescentes que passam por situações de risco e vulnerabilidade, desenvolvendo uma atuação de respeito, olhando para cada indivíduo com a dignidade e atenção que merecem.”

Fabiana Dallagnolo

Foto: Arquivo pessoal

“Minha motivação ao me candidatar ao Conselho Tutelar de Jaraguá deo Sul foi, sobretudo, o desejo de fazer algo que produza transformação social.

A definição dos conselhos por meio de eleição com a participação popular é sinônimo de respeito à democracia, porém é preciso melhorar as estratégias de mobilização da população para aumentar o engajamento nas eleições.

Eu sou psicóloga e funcionária pública municipal da área da Saúde há mais de 20 anos. Minha trajetória tem muita dedicação às vulnerabilidades sociais.

Meu objetivo é cumprir a função primordial do órgão no que tange à defesa dos direitos das crianças e adolescentes, com vistas a produzir melhorias sociais. Desejo uma sociedade melhor para todos e acredito que isso só é possível protegendo a infância e a adolescência.”

Katleen Polito Klein Junkes

Foto: Arquivo pessoal

“Quero continuar auxiliando as famílias a garantirem, de forma prioritária, o acesso aos direitos fundamentais de nossas crianças e adolescentes.

Considero fundamental a participação da população nesse processo de escolha dos conselheiros tutelares, além de ser um direito de todo cidadão.

Fui professora na rede estadual por 4 anos, sou servidora pública municipal lotada na Secretaria de Assistência Social há 12 anos, iniciando na Casa de Apoio ao Adolescente, CRAS, CREAS e Abrigo Institucional, no qual fui plantonista por seis anos.

Meu objetivo é trabalhar firmemente na prevenção e no enfrentamento de toda forma de negligência, discriminação e violência, para garantir a proteção integral de nossas crianças e adolescentes.”

Aparecida Venceslau David

Foto: Arquivo pessoal

“Gosto do desafio e trabalhar com ações que impactam diretamente na vida das pessoas, especialmente crianças e adolescentes. Olhar as realidades que nos cercam e saber que podemos fazer mais.

Penso ser correta a participação popular na eleição, pois o conselheiro é o representante do povo para zelar e defender os direitos das crianças. Logo, quem deve escolher é o povo.

Sou professora por formação. Trabalho como auxiliar de sala em um Centro Municipal de Educação Infantil. Sempre estive envolvida com a vida da comunidade, lutando por garantia de direitos. Fui conselheira tutelar entre 2016 e 2019, o que me propiciou um conhecimento maior das realidades e vulnerabilidades sociais.

Meu objetivo é trabalhar de forma muito comprometida com as realidades sociais e, principalmente, formar parcerias com as escolas e o sistema de garantia de direitos para, juntos, fazermos um trabalho preventivo. Lembrando sempre que o conselheiro não trabalha sozinho, pois é um colegiado.”

Márcia Maria Uller Alvise

Foto: Arquivo pessoal

“Minha motivação para ser conselheira tutelar foi o desejo de garantir que todas crianças e adolescentes tenham acesso a uma infância segura, saudável e feliz. Além do desejo de uma sociedade mais justa, especialmente para crianças que enfrentam desigualdades e injustiças.

Considero a participação popular na eleição uma forma justa de escolha, pois dessa forma todos têm as mesmas oportunidades para se eleger. Se a eleição fosse por entidades como era anteriormente, só os pertencentes a essas entidades teriam oportunidade.

Antes de ser conselheira tutelar, desenvolvi 20 anos de trabalho voluntário com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Sou bacharel em Administração e possuo diversos cursos na área da infância e juventude.

Como conselheira tutelar, meu objetivo é continuar defendendo os direitos e o bem-estar das crianças e adolescentes, lhes garantindo um futuro melhor.”

Maria Cristina Maba Januário

Foto: Arquivo pessoal

“O motivo maior para ser conselheira tutelar sempre foi ajudar as crianças e adolescentes em sua atual situação.

Considero que a opinião e participação da população é fundamental no quesito conhecer bem seu candidato e apoiá lo.

Tenho uma jornada de trabalho na instituição acolhedora (abrigo) há 4 anos. Por meio dessa função de alta complexidade, estou envolvida na proteção de cada acolhimento, com compromisso e respeito às nossas crianças.

Tenho por ciência cuidar do nosso bem maior, que são nossas crianças e adolescentes; e exercer com dedicação e comprometimento a função de conselheira tutelar, com ética e missão. Fui eleita com 325 votos. Agradeço pelo apoio e carinho dos amigos e familiares. O “sim” que me foi dado com confiança, será motivo para desenvolver um bom trabalho.”

Keila Cristina de Moura Macalli

Foto: Arquivo pessoal

“Já atuei como conselheira tutelar, onde me identifiquei com este honroso trabalho. Com a experiência adquirida nesse período, anseio novamente em contribuir com empenho e dedicação junto à rede de proteção, visando a garantia de direitos à criança e ao adolescente.

Acredito que a eleição fortalece a democracia participativa da sociedade na escolha daqueles que vão zelar pela garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes nos próximos quatro anos.

Participo ativamente em atividades comunitárias e projetos sociais com famílias em situações de vulnerabilidade social. Atualmente atuo como pedagoga em serviços da Assistência Social. Tenho formação em Pedagogia e especialização em Psicopedagogia

Meu objetivo como conselheira tutelar é garantir que as crianças e adolescentes tenham todos os seus direitos respeitados, ajudando a família, a sociedade e o Estado a zelar pelos seus direitos.

Leoni Edite Narloch Cimardi

A conselheira tutelar Leoni Edite Narloch Cimardi não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Notícias no celular

Whatsapp

Elisângela Pezzutti

Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.