A miopia é uma condição visual que afeta uma a cada três crianças no mundo. Em 2023, aproximadamente 33% das crianças já apresentavam o problema, e os especialistas alertam que esse número pode alcançar 40% até 2050, afetando mais de 740 milhões de crianças e adolescentes globalmente.
Esses dados alarmantes vêm de uma grande revisão de estudos, que analisou mais de 5,4 milhões de crianças em 50 países, publicada em setembro no British Journal of Ophthalmology.
A condição começa geralmente na infância e tende a piorar com o tempo, e tem como característica principal a dificuldade de enxergar objetos distantes com clareza, o que ocorre quando a luz não é corretamente focada na retina.
Em vez disso, a imagem é formada antes dela, o que faz com que a criança precise se aproximar do objeto para enxergá-lo de forma nítida. O tratamento normalmente envolve o uso de óculos ou lentes de contato, e, em casos mais graves, a cirurgia refrativa pode ser indicada.
Nos últimos 30 anos, a prevalência da miopia entre crianças e adolescentes aumentou significativamente, passando de 24% em 1990 para quase 36% em 2023. A pandemia de COVID-19, com a maior permanência das crianças em ambientes fechados e o aumento do tempo de exposição às telas, é uma das possíveis explicações para essa elevação.
A exposição reduzida à luz natural e o uso excessivo de dispositivos eletrônicos parecem estar contribuindo para o crescimento dessa epidemia silenciosa.
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O aumento acelerado da miopia pode ser explicado pela alteração no estilo de vida e nos hábitos das crianças, que passam mais tempo diante de telas e menos tempo ao ar livre.
Prevenção: hábitos saudáveis para a visão
Embora o diagnóstico precoce e o tratamento da miopia sejam fundamentais, a melhor estratégia ainda seja a prevenção. Para isso, especialistas apontam a importância de estimular as crianças a passarem mais tempo ao ar livre, especialmente sob luz natural.
Além disso, é essencial limitar o tempo de uso de aparelhos eletrônicos, como celulares, tablets e computadores. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica recomenda limites claros para o tempo de tela, com base na faixa etária:
- Abaixo de 2 anos: nenhum tempo de tela.
- Entre 2 e 5 anos: no máximo 1 hora por dia.
- Entre 6 e 10 anos: de 1 a 2 horas diárias.
- Entre 11 e 18 anos: até 2-3 horas por dia.
O aumento da miopia entre crianças e adolescentes é uma preocupação crescente para a saúde pública. No entanto, é possível tomar medidas simples para prevenir ou retardar o aparecimento desse problema.
Estimular um estilo de vida mais equilibrado, com mais atividades ao ar livre e menos tempo em frente às telas, pode ser o primeiro passo para garantir uma visão saudável para as próximas gerações.
Com a conscientização e o engajamento de pais, educadores e profissionais de saúde, é possível combater esse aumento alarmante e promover uma infância mais saudável e com melhor qualidade de vida.