A Cia Grito volta aos palcos da Capital com um intrigante questionamento: Até onde vai o preço da vingança e do rancor? O grupo teatral lança a pergunta por meio de seu “Malévola – o musical”, dirigido por Graziela Graciosa Gebler e Patrícia Pimenta. A estreia será dia 29 de abril (sábado), no teatro Ademir Rosa, em duas sessões, às 17h e 21h. Os ingressos já estão disponíveis para venda online, com classificação indicativa de 10 anos.
A peça tem um total de 16 músicas, incluindo as clássicas da animação original “A Bela Adormecida” e versões do musical homônimo da Broadway. A maior parte das canções foi traduzida para o português pela diretora Graziela. O musical ganhou forma pela mão de mais de 60 pessoas, entre atores, diretores e equipe de produção. Em cena são 30 atores, que ensaiaram o espetáculo por cerca de oito meses.
A adaptação original da Cia Grito foi inspirada no live action da Disney lançado em 2014, com elementos da animação “A Bela Adormecida”, de 1959. A história retrata a série de eventos que transformaram Malévola, uma fada pura e feliz, em uma criatura vingativa, sombria e maldosa após uma traição.
Quando seu coração se parte e vira pedra, Malévola amaldiçoa a princesa Aurora ainda bebê. Contudo, o que não estava nos planos da vilã era a reviravolta que o afeto e o amor iriam trazer à sua vida. A partir de então, ela luta contra o tempo para tentar desfazer todo o mal que lançou.
“Ao longo do espetáculo, o público vai acompanhar as fases de Malévola, podendo compreender suas motivações, sentir a dor, a mágoa e o arrependimento junto com ela, conseguindo, assim, amá-la e odiá-la com a mesma força”, diz a diretora, Graziela Graciosa Gebler.
Segundo ela, em contraponto à dureza e frieza de Malévola, outros personagens prometem leveza e comicidade à peça, como as três fadas boas (Flora, Primavera e Fauna), que, com suas trapalhadas, garantirão deliciosas risadas aos espectadores. Já a realeza, composta por Aurora e Phillip, é responsável pelo encantamento e pela doçura que uma história de princesas e príncipes pode ter.
A atriz Laís Reschke, que interpreta Malévola, pondera que essa é uma história contemporânea, revestida de uma aura de conto de fadas e, por isso, irá emocionar e alegrar, sendo uma experiência inesquecível para quem assistir.
“A personagem tem uma carga dramática intensa, envolta na dualidade que as vilãs das histórias atuais têm: é doce e amarga, forte e vulnerável. Malévola, apesar de fada (a mais poderosa delas) tem os sentimentos mais humanos possíveis. É uma mulher traída e abusada que carrega dentro de si uma dor emocional e física tão potente, que a transforma a ponto de fazer uma maldição inquebrável para uma criança”, comenta Laís.
Cenários: Grande parte dos cenários foi construída artesanalmente a partir da técnica de papietagem (jornal+cola+água) pela produção e membros da Cia. O final do espetáculo conta com um elemento surpresa (alerta de spoiler): a representação de um dragão com mais de três metros de altura que lembra a estética dos bonecos de teatro.
“Buscamos transformar todos os objetos cênicos em algo apaixonante, mágico e profundo como tem que ser. Resgatamos referências da animação “A Bela Adormecida”, como o bolo enorme das fadas, para buscar a memória afetiva das pessoas e melhorar nossa conexão com o público”, revela Graziela.
Figurinos: Os mais de 50 figurinos usados em cena também foram inspirados na clássica animação e em silhuetas de desenhos dos anos 1950, propiciando uma pitada de nostalgia. O destaque fica por conta do figurino da Malévola, o qual precisou ser amplamente estudado devido às mudanças que acontecem no enredo, sobretudo ao momento de virada do espetáculo.
“Tudo pensado para juntar a beleza da animação com a estética do musical que criamos”, complementa a diretora.
Coreografias: A misticidade do reino onde vivem os personagens está evidenciada nos dançarinos que representam os “moors”, criaturas que habitam a floresta com Malévola.
“Através de sons, figurinos e, principalmente, do corpo dos atores, conseguimos ressaltar a magia dessas criaturas fictícias. Nossas coreografias estão de cair o queixo. As danças estão presentes em todos os momentos da peça, pontuando toda a emoção necessária, desde a inocência de Malévola até as grandes guerras travadas entre os moors e os humanos”, explica Emilly Maffei, que divide a direção de coreográfica com Lica Possani.
Cia Grito: Pioneira do teatro musical em Santa Catarina, foi considerada por duas vezes consecutivas a melhor companhia de teatro do Estado pelo Sindicato de Artistas (Sated/SC). Em 2023, comemora 18 anos de existência. Durante sua trajetória, já preparou para o mercado mais de 300 artistas, entre cantores, bailarinos, atores, influenciadores digitais, diretores e produtores culturais.