As diferentes tradições que fazem parte da vida dos moradores de Joinville se encontraram no último domingo (2), no 5º Festival do Museu Nacional de Imigração e Colonização (MNIC).
Durante dez horas, grupos que celebram e preservam a cultura germânica, japonesa, italiana, venezuelana, francesa, haitiana e as diferentes raízes brasileiras apresentaram sua gastronomia e sua arte em atividades. A estimativa é que cerca de 7,5 mil pessoas tenham prestigiado a atração.
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O evento contou com tendas que comercializaram pratos típicos como a arepa venezuelana, o fritay haitiano e o obentô japonês.
Durante todo o dia, o público também pode aprender origami e a dançar os passos do carimbó, conversar sobre a história dos imigrantes suíços, conhecer o artesanato indígena e conferir o ateliê de um estilista haitiano, além de assistir a apresentações no palco, entre outras atrações.
A joinvilense Maira Escobar, descendente de alemães, foi curtir o festival com o marido, David, e o filho, Théo, de seis anos. Para eles, foi a chance de proporcionar contato com cultura e diferentes experiências ao filho.
“Sempre morei aqui e adoramos prestigiar todos os eventos da cidade. Procuramos sempre trazer nosso filho para conhecer essa mistura de culturas e acostumá-lo a prestigiar os eventos em espaços públicos”, contou ela.
Diego Ponce, 26 anos, aproveitou a festa para matar as saudades do país de origem. Ele deixou a cidade de El Tigre, na Venezuela, aos 19 anos, e depois de passar por outros três países, encontrou em Joinville o lugar onde pode sonhar novamente.
O grupo dele, formado por alunos do Projeto Imigrante Cidadão, passou meses ensaiando para apresentações de dança que contagiaram o público.
“Cada venezuelano, quando sai do país praticamente expulso pela situação ruim, sempre sonha em poder voltar. Sonha em poder experimentar a sua cultura no próprio país de novo. Por isso, viver isso aqui e poder compartilhar com todo mundo é o melhor que o Brasil pode fazer por nós. Estou muito grato a Joinville por este evento”.
Para o aposentado Olívio Cristino, de 73 anos, foi um momento de reencontro com a sobrinha. É que a escritora Valéria Leopoldino veio do Planalto Norte atendendo a um pedido do tio para apresentar um poema sobre a história dos africanos no Brasil. Olívio é morador da comunidade quilombola Ribeirão do Cubatão.
“Como neto e bisneto de escravos, tenho muito orgulho de contar nossa história. Tem quem diga que quem vive de passado é museu, mas eu acredito que quem não reconhece o passado, não tem presente nem futuro”, destaca ele, que descobriu sobre a história de seus antepassados justamente em uma visita ao MNIC há alguns anos.