O IBGE deu início à divulgação dos dados do Censo 2022, adiado devido à pandemia – ele deveria ter ocorrido em 2020, em vista que a última edição foi em 2010 – revelando em su aprimeira etapa que a população brasileira aumentou 6,5% e que várias capitais brasileiras diminuíram em população.
Os próximos meses devem contar com as informações sobre povos indígenas, migração e religião, mas não há um cronograma fixo para a divulgação.
Os recenseadores visitaram 106,8 milhões de endereços em todo o Brasil. As informações são da BBC.
Veja cinco pontos de destaque na primeira leva de dados do censo.
Menor acréscimo de população
A população do Brasil superou 203 milhões (203.062.512), segundo o Censo 2022. É um acréscimo de 12,3 milhões de pessoas ao total registrado no Censo 2010 (190.755.799). O dado representa a menor média de crescimento anual desde o primeiro censo nacional, em 1872: 0,52%. Na edição de 2010, era 1,17%.
A data de referência para esse e outros números da nova pesquisa é a meia-noite do dia 31 de julho para 1º de agosto de 2022.
O IBGE afirma que, com a redução dos níveis de mortalidade a partir nos anos 1940 e o declínio dos níveis de fecundidade nos anos 1960 deram inicío a uma diminuição no crescimento proporcional desde 1970. As projeções atuais indicam que nas próximas décadas esse declínio vai se refletir em taxa de crescimento negativa.
Centro-Oeste lidera taxa de crescimento
Embora todas as regiões estejam com uma taxa média de crescimento anual cada vez menor, o Centro-Oeste aparece no Censo 2022 com uma taxa duas vezes maior que a média nacional.
Enquanto a taxa brasileira anual foi de 0,52%, a do Centro-Oeste foi de 1,23%, mais do que o dobro da nacional, superando a anterior recordista região Norte, com 0,75%.
Em 2010, a taxa de crescimento do Centro-Oeste foi de 1,9% – naquela edição, o Norte despontava com 2,09%. O motivo do crescimento do Centro-Oeste ainda não foi apontado.
O IBGE detectou, no novo Censo, o crescimento populacional em vários municípios no entorno de capitais, como a própria Senador Canedo (próxima a Goiânia). Outros exemplos são Fazenda Rio Grande (Curitiba); Palhoça (Florianópolis); Maricá (Rio de Janeiro); Valparaíso de Goiás e Águas Lindas de Goiás (Distrito Federal), São José de Ribamar (São Luís) e Santana de Parnaíba (São Paulo).
No Censo 2022, além das regiões já citadas, o Nordeste aparece com taxa anual de crescimento de 0,24%; o Sudeste, de 0,45%; e o Sul, de 0,74%.
População segue concentrada no Sudeste
Mesmo com a segunda menor taxa de crescimento do país, atrás do Nordeste, o sudeste abriga pouco mais de 2 a cada cinco brasileiros – 41,8% da população brasileira reside na região, somando 84,8 milhões de habitantes.
São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que são os três Estados mais populosos do Brasil e que pertencem à região, concentram sozinhos 39,9% da população brasileira.
Em seguida, a maior região em população é o Nordeste (26,9%), seguida por Sul (14,7%), Norte (8,5%) e Centro-Oeste (8%).
Capitais: algumas sobem, outras descem
A lista dos municípios mais populosos é liderada por São Paulo (11.451.245 habitantes), Rio de Janeiro (6.211.423) e Brasília (2.817.068).
Mas o Rio de Janeiro é um dos exemplos de capitais que viram sua população diminuir entre as edições de 2010 e 2022: caiu de 6.320.446 para 6.211.423 (-1,7%).
Também registraram diminuição Fortaleza (-1%), Salvador (-9,6%), Belo Horizonte (-2,5%), Recife (-3,2%), Porto Alegre (-5,4%) e Belém (-6,5%).
Enquanto isso, algumas capitais tiveram aumento da população, como São Paulo (1,8%), Brasília (9,6%), Manaus (14,5%), Curitiba (1,2%), São Luís (2,3%) Maceió (2,7%), Campo Grande (14,1%), Teresina (6,4%) e João Pessoa (15,3%).
Número de moradores por domicílio diminuiu
Um dado especialmente significativo para as tendências populacionais é o número de moradores por domicílio, a chamada densidade domiciliar. Ele vem diminuindo e pela primeira vez ficou abaixo de 3 moradores por domicílio em média: em 2000, a média era de 3,76 moradores por lar; em 2010, esse número era 3,31; e em 2022, 2,79.
Isso se relaciona a outro dado revelado pelo novo Censo: o número de domicílios aumentou 34% desde 2010, chegando a 90,7 milhões.
O Norte tem a maior densidade domiciliar (3,3 moradores por domicílio), seguida pelo Nordeste (2,9), Centro-Oeste (2,78), Sudeste (2,69) e Sul (2,64).