Santa Catarina é o terceiro estado brasileiro onde mais se vendeu comprimidos do chamado “kit covid” em farmácias desde o início da pandemia do coronavírus. Em números proporcionais aos habitantes de cada estado, somente no Distrito Federal e no Rio Grande do Sul a venda de hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina e nitazoxanida foi maior do que em SC.
Os dados foram compilados e divulgados pela Agência Pública.
Não há comprovação científica sobre o benefício dos medicamentos no tratamento ou prevenção da Covid-19. Mesmo assim, a venda destes medicamentos disparou em abril do ano passado.
Em março de 2020, foram vendidos 1,1 milhão de comprimidos no Brasil. A quantidade mais que triplicou em abril e chegou a 6,2 milhões em agosto, pico de vendas no país se somados os quatro medicamentos.
Segundo a agência, a hidroxicloroquina e a azitromicina tiveram o seu pico de vendas no Brasil e no estado catarinense em março de 2021, mês com mais mortes por covid-19 desde o início da pandemia.
Março foi também o mês com mais óbitos registrados na história do país, segundo cartórios de registro civil.
No Brasil todo, mais de 52 milhões de comprimidos dos quatro remédios foram vendidos em um ano de pandemia. A hidroxicloroquina foi a mais vendida da lista, com 32 milhões de comprimidos.
Na soma dos quatro remédios, os registros da Anvisa contabilizam 2,8 milhões de comprimidos vendidos em Santa Catarina no último ano. Isso representa cerca de 330 mil caixas e frascos dos produtos.
Em SC, de março de 2020 a março de 2021 foram vendidos:
1,8 milhão de comprimidos de hidroxicloroquina
630 mil comprimidos de azitromicina
338 mil comprimidos de ivermectina
101 mil comprimidos de nitazoxanida
Os números representam apenas as vendas em farmácias, que ficam todas registradas junto à Anvisa, e não contam o volume de medicamentos distribuídos aos pacientes em unidades de saúde, por exemplo.
No entanto, a ivermectina e a nitazoxanida, dois vermífugos, não estiveram na categoria de medicamentos de controle especial durante toda a pandemia. Por isso, os dados registram apenas uma parte da venda desses medicamentos nas farmácias brasileiras.