Casal Springmann recebe o maior reconhecimento na área cultural de Santa Catarina

Foto Chan

Por: Elissandro Sutil

21/11/2018 - 05:11

Quando o telefone tocou na casa de Fernando e Yara Fischer Springmann, eles sequer ousariam sonhar o que seria dito do outro lado da linha. Apesar das mais de seis décadas dedicadas à cultura e à arte, a imaginação não havia alcançado o tamanho da representatividade que ambos têm para a cultura catarinense.

Aos 83 anos, Yara garante que “a ficha ainda não caiu”. A notícia do recebimento da maior honraria da área cultural catarinense pegou os dois de surpresa. No próximo fim de semana, o casal Springmann receberá, como músicos, a Medalha do Mérito Cultural Cruz e Sousa, com outros sete homenageados.

Yara ressalta que a expectativa é muito grande, relembrando os primeiros passos dados para o fomento da arte e da cultura em Jaraguá do Sul.

“Começamos ainda nos anos 1950, desde que começamos com a primeira orquestra, que era uma orquestra de família. Foi aumentando tanto que a sala da minha mãe já não era suficiente para tanta gente e, no fim, fundou-se a Scar”, conta.

“Jamais imaginei que a Scar se tornaria esse palco, quando se fez a reunião para fundar uma sociedade, meu marido sugeriu o nome imaginando que no futuro viriam outras artes, não só a música. Foi um nome muito bem dado e todas as artes estão aí hoje”, complementa.

Com uma história de vida completamente dedicada à arte, Yara e Fernando tem um currículo repleto de realizações e são símbolo de fomento à cultura.

Para ela, destacar um momento especial é difícil, tendo em vista os mais de 60 anos de estrada, mas a formação da filarmônica em Jaraguá do Sul é um momento do qual ela não esquece.

“Quando a gente pensou em formar uma filarmônica aqui em Jaraguá, lutamos muito, mas muito mesmo. Custou algumas lágrimas essa brincadeira, mas no momento que a gente viu o primeiro concerto dessa orquestra, aí foi de desabar. É um momento que, francamente, foi demais, foi marcante”, relembra.

Yara se mostra emocionada por poder ter a oportunidade de receber esse reconhecimento em vida, diferente de tantos artistas que são lembrados apenas após sua morte.

“Só posso dizer que receber uma homenagem dessa já é uma honraria muito grande, agora receber em vida é outra coisa. Muitas vezes, as pessoas são lembradas depois que se foram, agora na nossa idade, 93 e 83, receber ainda em vida uma homenagem dessa, aí que eu digo que a ficha não caiu. Vai ser um momento muito emocionante com toda a certeza”, finaliza.

 

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP