Cansativa verdade – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

22/06/2023 - 07:06 - Atualizada em: 22/06/2023 - 07:51

Já disse que volta e meia recebo pedidos para palestras sobre “Comunicação” em empresas ou congressos profissionais. Administradores têm observado que a linguagem está muito rasteira e isso, em áreas de vendas ou no convívio diário nos corredores da empresa, é vital para bons negócios e pacíficos convívios. Muitos podem pensar que é bobagem cursos de oratória ou de comunicação, afinal, todos sabem falar, ninguém chegou até aqui na vida sem falar, de um modo ou de outro. Ocorre, e aqui está o tropeço, que as pessoas falam, mais das vezes, sem pensar. E sem pensar dizem o que lhes estava trancado na garganta ou nem isso, falta de educação mesmo. Quem não tiver um mínimo de prudência na fala caseira, com os filhos, com o marido, com a mulher, com a sogra, com quem for, vai ter problemas. Uma palavra trocada ou usada com segundas intenções ou mesmo por intenção de ferir vai ferir, vai trazer consequências. Vai provocar “respostas”. No ambiente de trabalho a mesma coisa. Ser uma pessoa educada, que pensa antes de falar, que avalia as palavras adequadamente e para o momento certo é pessoa que vai viver melhor, mais em paz. Há atividades profissionais onde falar pouco é virtude das mais celebradas, como, por exemplo, nas atividades policiais. Policiais nunca devem ser loquazes, pelo contrário, bem melhor é ser lacônicos. E será que em casa, com a mulher, com o marido, com os filhos, com a mãe Joana de sogra, podemos nos soltar? Jamais. Vai haver encrenca. O vocabulário das pessoas desnuda as pessoas, o chulismo, as gírias baratas, os exemplos dados, os palavrões, tudo, tudo mesmo nos escancara para os juízos de valor de quem nos ouve, claro, desde que esse ouvinte não seja mais um desatento, para não dizer pior… Como já disse outras vezes, cada um de nós é uma empresa ambulante, os produtos que oferecemos são os nossos talentos, e os “consumidores” são todos os que nos cruzam o caminho. Falar com prudência, bons modos, vocabulário cuidadoso e conteúdos variados produz imediata admiração e… Raivosas invejas. Tudo o que é bom produz esses dois comportamentos em todos nós. Ah, quase esquecia, fala, se queres que te conheça. De minha parte, não tenho saída…

PÃO

Acabei de ler “A Fina Flor de Stanislaw Ponte Preta”, um livro de crônicas desse sujeito que foi um magnífico escritor, o Stanislaw. Certa altura, numa crônica, Stanislaw colocou na boca de um personagem a expressão “ela é um pão”. De fato, se dizia assim no “tempo antigo”, uma mulher bonita era um pão. E por que pão? Pelas mesmas razões de hoje, machismo. Pão é coisa boa, se come… Não mudou nada, pelo contrário, tudo piorou nesse aspecto…

BRIGAS

Remexendo nos meus arquivos, dei de cara com uma manchete do ano de 2006, de um dos nossos jornais. Diga-me se mudou alguma coisa, a manchete diz: – “Dinheiro é a causa principal das brigas entre casais”. Como nada mudou, volto a bater na velha tecla, que as mulheres não casem sem independência financeira. Não casem, se o fizerem vai dar galho. Tiro no escuro é burrice.

FALTA DIZER

Quem tem dinheiro sobrando, tudo bem, mas… A maioria anda com a corda no pescoço. Então, a safada tentação de carros baratos, fantasiosamente mais baratos, é tropeço na certa para os que não têm dinheiro sobrando. Um carro é uma segunda família. E sem essa de que vou andar por aí com tudo atrasado, não vai não. Tentação é coisa do capeta.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.