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Câncer de pâncreas é um dos mais letais e de difícil diagnóstico

Foto: Divulgação

Por: Elisângela Pezzutti

21/07/2025 - 09:07 - Atualizada em: 21/07/2025 - 09:50

Recentemente, o apresentador Edu Guedes compartilhou que está lutando contra um câncer no pâncreas e já passou por cirurgia como parte do tratamento. Essa revelação trouxe à tona um dos tipos de câncer mais silenciosos e mortais da oncologia. Segundo o professor do Idomed e médico oncologista Guilherme Roeder, o diagnóstico precoce continua sendo um dos maiores desafios da oncologia moderna. Ele explica que a doença muitas vezes avança de forma silenciosa e geralmente é identificada apenas em estágios mais avançados, quando as chances de cura são bastante limitadas.

“O câncer de pâncreas tende a ser assintomático nas suas fases iniciais. Os sintomas podem variar dependendo da localização do tumor, sendo que aqueles na cabeça do pâncreas costumam se manifestar mais cedo do que os que se desenvolvem no corpo ou na cauda do órgão”, esclarece Roeder.

De acordo com o especialista, a icterícia obstrutiva, que é a coloração amarelada da pele e dos olhos, é um dos sinais mais comuns que levam o paciente a buscar avaliação médica. Outros sintomas frequentes incluem dores abdominais e perda de peso inexplicada. No entanto, esses são sintomas inespecíficos que podem estar relacionados a várias outras condições clínicas.

Entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença estão o tabagismo, histórico familiar e idade acima dos 70 anos. “Um alto índice de suspeita clínica e o acompanhamento de pessoas com maior risco são essenciais, já que não existe uma estratégia de rastreamento populacional eficaz para o câncer de pâncreas”, afirma o médico.

Roeder alerta para dois sinais clínicos que merecem atenção especial: “O surgimento repentino de diabetes mellitus em pacientes acima de 50 anos, que não sejam obesos e apresentem perda de peso, deve ser investigado. Da mesma forma, a descompensação de diabetes em pessoas que já têm a doença.”

Apesar dos avanços na cirurgia oncológica e no tratamento multimodal, que combina quimioterapia e radioterapia, a letalidade da doença continua alta. “O tratamento envolve cirurgias complexas e esquemas de quimioterapia que podem ser bastante tóxicos. Por isso, é essencial ter o suporte de uma equipe multidisciplinar, incluindo profissionais de nutrição, enfermagem, psicologia e fisioterapia especializadas”, enfatiza Roeder.

O especialista também destaca que a informação é uma das ferramentas mais poderosas para diminuir a incidência da doença. “Campanhas que alertem sobre os fatores de risco, especialmente o tabagismo, e que incentivem as pessoas a buscar atendimento médico ao notar sintomas como dores abdominais e perda de peso inexplicável podem realmente salvar vidas”, conclui.

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Elisângela Pezzutti

Graduada em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.