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Cachorro atropelado e vítima de maus-tratos ‘se forma’ na faculdade em SC

Foto: Divulgação

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

29/03/2022 - 10:03 - Atualizada em: 29/03/2022 - 10:39

O vira-lata mais querido de Blumenau, o Pirata, ‘formou-se’ junto com a primeira turma de veterinários da UniSociesc. O cachorro viralizou nas redes sociais após a instituição divulgar uma foto em que o animal aparece de beca na formatura.

A formatura aconteceu no início do mês, mas as imagens só foram divulgadas agora. Porém, o que muita gente não sabe, é que o Pirata tem uma história de superação. A veterinária Gisele Boschiroli de Andrade conta que em 2018, quando já cursava o curso de Medicina Veterinária, uma amiga socorreu o cachorro que tinha sido atropelado e o motorista havia fugido sem prestar socorro.

O cachorro recebeu cuidados, passou por cirurgia e perdeu um olho por conta do acidente. Por isso ele recebeu o nome de Pirata. As amigas até tentaram encontrar a família do animal, já que ele tinha uma coleira, mas nunca acharam.

Gisele e uma amiga tentaram também um novo lar para o cachorro, mas não tiveram sucesso. As duas não tinham como ficar com o Pirata, mas acharam uma alternativa.

“Por duas semanas ele dormia na casa da minha amiga e durante o dia ficava comigo na UniSociesc, onde eu trabalhava cuidando dos laboratórios de saúde e à noite cursava veterinária”, conta Gisele, que hoje divide a guarda de pet com a amiga.

Gisele já era formada em Sociologia e decidiu cursar medicina veterinária por conta do seu gato, que em 2017 ficou doente. Durante meses ela esteve quase diariamente dentro de um hospital veterinário de Blumenau para tratar o felino. Aí veio a paixão pela área e aos 41 anos entrou na faculdade mais uma vez.

“Um dia nos corredores da faculdade encontrei o diretor e falei do Pirata. Logo depois o coordenador me ligou e disse que a Sociesc ia adotar o cachorro. Ele passou a morar ali, tinha caminha em várias salas. Todo mundo gostava dele. É um cachorro bonzinho, não latia, muito educado”, relembra Gisele.

O animal virou o mascote do curso, até crachá e bandana personalizada ele ganhou. Mas a pandemia do Covid-19 chegou e o animal não podia ficar sozinho no prédio da universidade. E mais uma vez, Gisele precisou deixar o animal na casa da amiga que o resgatou, já que tinha outros animais em casa.

Porém, a situação na casa da amiga também era complicada, porque ela também tinha outros animais. As duas separam uma área e o Pirata ganhou um lugar na casa.

Com a chegada da formatura da turma, Gisele e a mãe fizeram à mão a beca do cachorro, companheiro de sala de aula enquanto as atividades eram presenciais. Pirata é tão amado pelos acadêmicos que até no álbum de formatura ele está presente.

Gisele e uma amiga estão abrindo uma clínica veterinária em Florianópolis que leva o nome dele: Pirata Pet Care.

”Ele é um vira-lata que sofreu abandono, foi atropelado, não prestaram socorro. Então ele teve um início de história triste, difícil, mas sempre foi um cachorro muito feliz, amável com as pessoas. E a ideia de trazer ele para cá é também tocar as pessoas, fazer palestras, esclarecer sobre cuidados com animais, a importância da adoção, que existe muito cachorro abandonado.”

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).