Nos últimos quatro anos, o Brasil perdeu cerca de 7 milhões de leitores, um dado alarmante que reflete um problema estrutural com graves consequências sociais, econômicas e culturais. A queda no hábito de leitura compromete a formação crítica dos cidadãos, reduz a capacidade de interpretação e argumentação e amplia as desigualdades educacionais. Sem leitura, a população fica mais vulnerável à desinformação, ao pensamento superficial e à manipulação política, ameaçando a própria democracia.
Além disso, o afastamento dos livros impacta o mercado editorial, inviabiliza autores nacionais e diminui o acesso a conhecimentos essenciais para inovação e produtividade. Em um país onde apenas 52% da população tem o hábito de ler, segundo o Instituto Pró-Livro, a falta de leitura perpetua ciclos de pobreza e exclusão, já que a educação de qualidade está diretamente ligada à mobilidade social.
Como reverter essa tendência?
1. Políticas públicas eficazes: É preciso investir em bibliotecas públicas, programas de incentivo à leitura e formação de mediadores. O governo deve priorizar o livro, reduzindo impostos e ampliando o acesso a obras literárias nas escolas.
2. Valorização da leitura na escola: Professores precisam de formação continuada para despertar o prazer pela leitura, não apenas o estudo obrigatório. Projetos como clubes de leitura e contação de histórias podem engajar crianças e jovens.
3. Família como agente transformador: Os pais devem ler mais e introduzir livros no cotidiano familiar desde a primeira infância, mostrando que a leitura é uma fonte de prazer e não uma obrigação.
4. Tecnologia como aliada: Plataformas digitais, e-books gratuitos e audiolivros podem aproximar novos públicos, especialmente os jovens, desde que bem utilizados.
Sem uma mudança urgente, o Brasil seguirá aprofundando suas desigualdades e perdendo capacidade crítica. A leitura não é um luxo, mas uma ferramenta de emancipação, e resgatá-la é essencial para o futuro do país.