Com 468 quilômetros de extensão e caracterizada como um produto turístico estratégico, a Trilha Amazônia Atlântica se torna a maior trilha sinalizada da América Latina – um marco no ecoturismo na região. O programa foi lançado pelo Governo do Brasil, por meio do Ministério do Turismo e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, nesta sexta-feira, 14 de novembro, no estande “Conheça o Brasil” da COP30, em Belém (PA).
O trajeto da trilha une conservação ambiental, promoção de emprego, e renda e lazer ao convidar turistas para uma imersão profunda da cultura, história e biodiversidade do Pará. Isso porque o percurso conecta atrativos históricos, áreas protegidas e comunidades tradicionais, com o objetivo de oferecer uma experiência autêntica da Amazônia. A proposta é atrair um fluxo internacional de turistas e fortalecer o turismo nacional.
Essa trilha vem de comunidades diversas, aquela comunidade que faz o artesanato, que faz o tacacá, que vende a comida. Ela é jogada em holofote por meio dessa trilha, e vai conseguir vender melhor, e para mais pessoas, e assim ter mais reconhecimento e pertencimento de território”
Ana Carla Lopes
Ministra do Turismo em exercício e secretária-executiva do MTur
A trilha é formada por sete trechos que atravessam 17 municípios, 13 áreas protegidas, incluindo sete unidades de conservação e seis territórios quilombolas. Desta forma, o visitante pode conhecer o modo de vida das populações extrativistas – como coletores de caranguejo, exploradores de babaçu, pequenos agricultores e pescadores – e vivenciar a natureza ao atravessar florestas, manguezais e áreas de grande beleza amazônica.
IMERSÃO CULTURAL — O planejamento da Trilha Amazônia Atlântica foi pensado para garantir harmonia entre a conservação e o turismo. Assim, os trechos da trilha carregam valores ofertados pelas comunidades, permitindo que o visitante faça imersão na cultura ao mesmo tempo em que contribui para a valorização da população local.
PROTAGONISMO LOCAL — Para a ministra do Turismo em exercício e secretária executiva da pasta, Ana Carla Lopes, o protagonismo local é o fator mais importante desse lançamento. “Essa trilha vem de comunidades diversas, aquela comunidade que faz o artesanato, que faz o tacacá, que vende a comida. Ela é jogada em holofote por meio dessa trilha, e vai conseguir vender melhor, e para mais pessoas, e assim ter mais reconhecimento e pertencimento de território”, destaca.
Sobre a ideia de unir a conservação ao turismo, Ana Carla complementa: “A trilha não desmata, ela conserva. Com ela a gente consegue trazer mais desenvolvimento, porque emprega mais gente, capacita mais gente, e de uma maneira completamente sustentável.”
INTEGRAÇÃO — Do ponto de vista de quem está à frente da conservação, a diretora substituta de Criação e Manejo de Unidades de Conservação do ICMBio, Carla Guaitanele, destaca que o projeto representa a política pública em sua essência. “As unidades de conservação existem para integrar territórios e pessoas. A Rede de Trilhas é uma política nacional que se fortalece quando nasce das comunidades, dos quilombolas, dos municípios e de todos os envolvidos. É um exemplo de como o Brasil pode mostrar ao mundo a riqueza de seus aspectos ambientais, culturais e gastronômicos”, afirma Carla.
PERCURSO — O ponto de partida é o centro histórico de Belém, seguindo por parques urbanos e trechos de mata até a Vila de Caraparu. De lá, o caminho avança para Castanhal, passando por quatro territórios quilombolas, e continua pela histórica Estrada Belém–Bragança até Capanema.
Depois segue para Nova Olinda, cruza os Campos Naturais Bragantinos, passa por Bragança, Augusto Corrêa e chega a Viseu, na fronteira com o Maranhão. No ponto final, os visitantes encontram a vista privilegiada da Floresta Amazônica a partir do mirante da Serra do Piriá.
APLICATIVO — Para garantir suporte adequado àqueles que fizerem o percurso, o app eTrilhas fornece informações completas aos visitantes. Ao acessar o aplicativo, é possível conhecer os prestadores de serviços nas proximidades e entrar em contato diretamente com eles. A expectativa é que, no primeiro ano de abertura da trilha, 10 mil pessoas percorram o trecho, que pode ser feito a pé, de bicicleta ou a cavalo.