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Bombeiro voluntário de Corupá busca ajuda para reencontrar família no Chile

Cristian Lautaro Carreno Veja atua como bombeiro há mais de duas décadas em Corupá | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Elissandro Sutil

14/09/2018 - 05:09 - Atualizada em: 14/09/2018 - 07:10

O bombeiro voluntário de Corupá Cristian Lautaro Carreno Vega, popularmente conhecido como Chileno, dedica-se a salvar vidas na cidade há mais de duas décadas. Atuando na corporação desde 1996, ele agora pede ajuda para reencontrar a família, em San Antonio, no Chile.

Além de rever os tios, irmãos, quer conhecer sobrinhos e sobrinhos-netos, e mostrar as origens para a filha, Aline, 18 anos. Para isso, precisa juntar R$ 5 mil, valor que cobre passagens, transporte e estadia.

Segundo ele, nas conversas com os sete irmãos pelas redes sociais, todos falam que o reencontro precisa acontecer antes que algum deles venha a falecer.

Bombeiro criou "vaquinha" online para angariar fundos para a viagem | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Bombeiro criou “vaquinha” online para angariar fundos para a viagem | Foto Eduardo Montecino/OCP News

O medo é justificado, levando em conta que Carreno estava no Brasil há dois anos quando perdeu o pai e não conseguiu se despedir. Hoje, aos 47 anos, ele acredita que chegou a hora de retornar ao país e, para conquistar seu objetivo, fez um perfil em um site de financiamento coletivo.

“Estou pedindo à comunidade e ficaria muito grato se conseguisse realizar esse sonho, de voltar ao meu país e rever minha família, visitar o túmulo do meu pai e levar minha filha para que ela conheça nossas origens, por isso estou fazendo essa vaquinha solidária”, revela o bombeiro.

Chileno quer rever o irmão Danilo (C) e conhecer o sobrinho (E) e sobrinhos-netos | Foto Arquivo Pessoal

Morando no Brasil há 23 anos, ele conta que veio a passeio, até Florianópolis, onde residiam a avó e a tia, que também migraram do Chile para Santa Catarina. Na capital do estado, residiu por quatro meses. Depois, passou a morar com um tio em Corupá.

Na época, conheceu José Norberto Müller, comandante dos Bombeiros Voluntários do município, que lhe ofereceu emprego durante o dia em sua empresa e, à noite, uma chance na corporação.

Sem condições para bancar a viagem

Aline, 18 anos, entrou para a corporação como bombeira mirim aos dez, seguindo os passos do pai. Hoje, também é socorrista | Foto Arquivo Pessoal

Profissionalmente, Carreno trabalhou nas maiores indústrias da região até que sofreu um acidente de trabalho. Hoje, está desempregado, ainda atuando como bombeiro voluntário. Recebe um auxílio-doença de R$ 720 mensais, que é sua única renda.

“Dá para me manter, mas, lamentavelmente, para visitar minha família no Chile não tenho condições. E preciso fazer isso logo, pois me sentiria culpado se algum deles partisse antes disso acontecer”, aponta.

Família de bombeiros

Para Carreno, que sempre admirou o trabalho de bombeiro voluntário exercido pelo pai no Chile, foi o início de uma trajetória de muita dedicação e amor pelo trabalho que desenvolve sem benefício econômico.

Em 1998, ele formou-se na primeira turma de socorristas. Viveu ilegalmente no país por cinco anos, até que conseguiu ajuda política para legalizar a situação.

“Trabalho como bombeiro praticamente todos os dias, em qualquer dos turnos. Faço as promoções que a corporação realiza, de bingo, venda de rifas, faço arrecadação de contas de luz. Às quintas, eu e minha filha, que também é bombeira, cuidamos da terceira idade”, conta.

Desejo do chileno é reencontrar a família | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Conhecido pela comunidade, ele conta que foi muito bem recebido pelos corupaenses e que se encantou pela cidade aconchegante. Sentindo-se acolhido, Carreno busca retribuir o carinho trabalhando voluntariamente. Foi na cidade que conheceu a esposa, Marli, e formou sua família.

“Sou muito grato à corporação e ao comandante, que confiou em mim, um estrangeiro, um desconhecido. Procuro dar à comunidade aquilo que ela me deu, acolhimento. A região valoriza bastante nosso trabalho e nós retribuímos fazendo cada vez melhor. Eu faço porque gosto, não é obrigação”, garante.

Como ajudar?

Para contribuir com o chileno Cristian Lautaro Carreno Vega basta entrar no site  da vaquinha online e fazer a doação.

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP