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Bactéria pode ser arma contra a dengue em Joinville; entenda

Foto: Pixabay

Por: OCP News Joinville

20/05/2024 - 10:05 - Atualizada em: 20/05/2024 - 10:21

Agentes comunitários de saúde estão recebendo capacitação sobre o método Wolbachia em Joinville nas Unidades Básicas de Saúde (USBFs). O objetivo é que esses profissionais repassem as informações para as famílias que atendem.

A ação faz parte da etapa ‘Engajamento Comunitário’ do projeto. A implantação do método reduz casos e óbitos de dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana.

O projeto é realizado por equipes da Prefeitura de Joinville, profissionais do World Mosquito Program (WMP), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina e do Ministério da Saúde.

No total, agentes de 28 UBSFs de Joinville serão capacitados por técnicos da Fiocruz. Profissionais de nove unidades já receberam o treinamento para que a população possa conhecer o método e entender como ele funciona.

“Os agentes serão multiplicadores dessas informações. Eles podem replicar os conhecimentos para que a população entenda como é o método e possa estar ciente do que vai acontecer na próxima fase, que é a da soltura dos mosquitos”, explica o gerente de Gestão Estratégica e Articulação da Rede em Saúde de Joinville, Anderson da Silva.

Foto: Prefeitura de Joinville

 

Divulgação nas escolas e para a comunidade

O método Wolbachia também está sendo divulgado nas Escolas e Centros de Educação Infantil (CEIs). No total, 89 unidades escolares municipais vão receber informações por meio de capacitação para professores de Ciências, coordenadores e diretores. Todos os alunos vão receber material explicativo do projeto.

A etapa de ‘Engajamento Comunitário’ inclui, ainda, ações de comunicação e uma pesquisa, já realizada em Joinville, que apontou que os respondentes aprovaram o uso do método na cidade.

Essas iniciativas se concentram nos 17 bairros onde a liberação dos Wolbitos, que são os mosquitos com a bactéria Wolbachia, vai acontecer. O engajamento é a última fase antes do início da liberação dos mosquitos, prevista para ocorrer a partir de julho.

A escolha dos bairros em Joinville que vão receber a liberação de Wolbitos considerou critérios como número de focos e de casos confirmados.

Além das ações de engajamento, Joinville está estruturando uma biofábrica. A estrutura, que será a mais tecnológica do país, está em fase de obras na antiga Unidade Básica de Saúde da Família do Nova Brasília. O local vai produzir mosquitos Wolbitos que serão utilizados nas liberações.

Após a liberação, os locais serão monitorados para avaliação de resultados por aproximadamente um ano. A implementação do método em Joinville começou em dezembro de 2023.

Cabe destacar que o Wolbachia é uma medida complementar. A população deve continuar a fazer todas as ações para o controle da dengue, zika e chikungunya.

 

Como funciona

A estratégia do método consiste na introdução da bactéria Wolbachia nos Aedes aegypti. Esta bactéria está presente em 60% dos insetos da natureza e não causa danos aos humanos. A Wolbachia impede que os vírus, não só da dengue, mas zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dos insetos, contribuindo para redução dessas doenças.

Os Wolbitos serão liberados em Joinville e vão se reproduzir com os Aedes aegypti locais. Aos poucos, eles estabelecerão uma nova população de mosquitos que não transmitem dengue e outras doenças.

 

Onde a tecnologia já foi aplicada

Em etapas anteriores, o método foi implantado nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói (RJ), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE).

Em Niterói, por exemplo, o método Wolbachia começou a ser implantado em 2015. No ano passado, foi o primeiro município do Brasil a ter 100% do território coberto pela estratégia. De acordo com as informações da Prefeitura de Niterói, houve redução de aproximadamente 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika.

Além de Joinville, outras cinco cidades estão recebendo o método nesta fase: Londrina e Foz do Iguaçu (PR); Uberlândia (MG); Presidente Prudente (SP) e Natal (RN).

O método de controle das arboviroses foi desenvolvido na Austrália e, atualmente, está presente em mais de 20 cidades de 14 países. Além disso, os dados de monitoramento revelam que os Wolbitos estão se estabelecendo em níveis muito bons nos territórios. Na Austrália, houve redução de 96% nos casos de dengue.

Para obter mais informações sobre o Método, basta acessar o site wmpbrasil.org e conferir as redes sociais do programa (@wmpbrasil) e da Prefeitura de Joinville.

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