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As mais preciosas flores do reino

Jornalista Sônia Pillon é uma das escritoras que assina a Miniantologia 3, da Associação das Letras (Foto: Arquivo OCP)

Por: OCP News Jaraguá do Sul

29/03/2017 - 16:03 - Atualizada em: 29/03/2017 - 16:29

Essa história quem me contou foi a minha avó Albertina. Devia ter uns seis anos. Uma vez, enquanto passeava pelo jardim, vovó me chamou para sentar ao lado dela, no banco debaixo do parreiral. Era uma manhã de sol. As árvores pareciam mais verdes e as flores mais coloridas e cheirosas. Tinha chovido muito uns dias antes e por isso o jardim estava encharcado, com grandes poças d’água. Os meus sapatos ficaram enlameados. Justamente os sapatos novos, presente da madrinha!
– Gardênia, vem logo para cá! Já tem crisântemos que chega para o vaso da sala! Olha o estado dos teus pés, menina! E essas meias brancas? Ai, ai ai… Vai trocar logo esse calçado e essas meias e depois senta aqui, que quero te contar uma história…
Fui correndo tirar as meias e os sapatos molhados e me sentei ao lado da avó Albertina. Ela sempre me contava histórias cheias de encantamento, que me faziam viajar pelos quatro cantos do mundo. Me sentia visitando lindos palácios, terras férteis e áridas, desertos e povos nômades, culturas clássicas e exóticas, do Velho e do Novo Mundo…
Duas loiras – irmãs por parte de pai, que moravam em um palácio de um reino muito distante. As meninas eram órfãs de mãe, frutos de três esposas do rei Maximus. Tão severo era o rei, na época, que as três esposas o haviam abandonado pouco tempo depois do nascimento das herdeiras.
Assim, as irmãs Margarida, Violeta e Jasmim cresceram juntas. E como haviam enfrentado o mesmo drama do abandono, se tornaram unidas. Para compensar a solidão das filhas, o rei, que viu o coração amolecer com a chegada delas, decidiu contratar os mais renomados mestres para educá-las. Queria que elas aprendessem sobre todas as áreas do conhecimento. Sempre dizia que elas eram “as mais preciosas flores do reino”.
Margarida preferia as ciências matemáticas e as descobertas científicas, enquanto Violeta gostava das aulas de História e Geografia. E Jasmim gostava de ler fábulas e contos de civilizações antigas, poemas, romances e de escrever as próprias histórias, que guardava a sete chaves.
Um dia, a Guarda Real foi surpreendida pelo ataque de bárbaros, que saquearam o palácio, renderam os soldados e mataram o rei. As três, agora adolescentes, ouviram tudo apavoradas e rumaram para o esconderijo do palácio. Se abraçaram chorando a morte do pai e dos súditos mais fieis.
Astutas, usaram os conhecimentos adquiridos para planejar a fuga , sobreviver e vencer. Prática, Margarida pegou um mapa. Violeta sugeriu que se vestissem de escravos e imitassem a voz e gestos masculinos. Jasmim concordou e completou que deveriam sair do esconderijo depois de todos os ruídos cessassem, para que nenhum dos sobreviventes do palácio soubesse que elas saíram camufladas. Assim, elas sobreviveram e alcançaram um outro reino, onde foram recebidas com honras e passaram a ser conselheiras de estratégia política e territorial.
– É por isso que digo, minha netinha, que a solução começa pela Educação. É a melhor maneira de se defender e crescer nessa vida!

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Publicação da Rede OCP de Comunicação