Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Árvores com flores tóxicas para abelhas nativas serão substituídas em Jaraguá do Sul

Fotos: Divulgação/Fujama

Por: Elisângela Pezzutti

23/04/2025 - 15:04 - Atualizada em: 25/04/2025 - 15:03

A Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama) já identificou cerca de 100 árvores da espécie Spathodea campanulata, que possui substâncias tóxicas em suas flores, capazes de causar a morte de diversos insetos, principalmente de abelhas nativas sem ferrão. De acordo com o biólogo Gilberto Duwe, que atua no órgão, o levantamento ainda está sendo realizado e a quantidade dessa árvore, conhecida como Espatódea, Bisnagueira, Tulipeira-do-Gabão, Xixi-de-Macaco ou Chama-da-Floresta, deve ser bem maior.

Após identificar uma Espatódea, a Fujama determina o seu corte e sugere a substituição por uma muda de árvore nativa de 1,5 metro de altura, oferecida gratuitamente pela própria Fundação. Duwe explica que, mesmo sendo considerada muito bonita e exuberante, a espécie não é natural do Brasil, mas sim originária do continente africano, e que “as abelhas são insetos fundamentais para garantir a polinização, a conservação de nossas florestas e o adequado desenvolvimento das mais variadas culturas agrícolas existentes no município”.

“A introdução de espécies originárias de outras localidades e outros países pode parecer algo inofensivo, mas, em muitos casos, provoca prejuízos ambientais irreversíveis. Por trás da exuberância das Espatódeas está escondido o agressivo impacto para as indefesas abelhas-sem-ferrão. Lá no continente africano, provavelmente os insetos polinizadores estão adaptados às flores desta árvore, mas aqui no Brasil não estão. Por isso, para não ocorrerem danos maiores ao ecossistema local, é fundamental a remoção e substituição dessa espécie em toda a região”, reforça o biólogo.

Cerca de 100 dessas árvores já foram identificadas em Jaraguá do Sul, mas número deve ser bem maior, afirma biólogo da Fujama | Foto: Divulgação/Fujama

Lei municipal

A ação da Fujama se baseia na lei municipal nº 9.398, sancionada em 2023, que proíbe a produção de mudas de Espatódeas e o seu plantio e também determina o corte das árvores da espécie existentes dentro do território de Jaraguá do Sul. Ao identificar os locais em que elas se encontram, os proprietários do imóvel são notificados para que, em um prazo de 60 dias, providenciem o corte da árvore. É importante esclarecer que caso a notificação não seja atendida no prazo assinalado, o notificado estará sujeito a autuação ambiental (multa).

Planta é originária do continente africano | Foto: Divulgação/Fujama

Questionado pela reportagem do OCP sobre a receptividade da população à medida, Duwe conta que “algumas pessoas não concordam, mas outras ficam surpresas em saber sobre essa toxicidade da flor e antes mesmo de receber a notificação já se prontificam em cortar a árvore”.

Para mais informações, os munícipes podem entrar em contato com a Fujama pelo telefone (47)3273-8008, de segunda a sexta-feira, das 8 às 11h30 e das 13 às 16h30.

 

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Elisângela Pezzutti

Graduada em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.