Deriva de nossos primitivos ancestrais a prática de somar esforços para o alcance de um objetivo comum. É obvio que nos primórdios, esse objetivo comum era a sobrevivência da espécie ancorada no alimento e proteção. Portanto, cabe aos antropólogos, determinar se tal prática é instintiva, logo irracional, ou trata-se de ato criativo como melhor resposta para adaptação ao meio. Independente das conclusões científicas, sustento a racionalidade da segunda condição. Embora as sociedades e seus modelos organizacionais tenham naturalmente evoluído, a essência do associativismo sempre se manteve retratada no princípio fundamental de que, “juntos somos mais fortes”.
Oportuna se faz aqui a visão de Tocqueville, um dos adeptos e estudiosos da democracia. Dentre suas constatações, as sociedades democráticas sempre serão individualistas. Ocorre que os indivíduos, cientes dessa condição, acabam percebendo que, se todos focarem tão somente em seus interesses privados, estarão em situação pior do que se dispusessem de tempo para a coletividade.
Então, apoiando-nos nesse sucinto fundamento, podemos considerar que, no âmbito do associativismo, o diferencial relevante entre uma sociedade e outra, reside na intensidade dessa percepção e consequente grau de envolvimento e colaboração. Reportando-nos especificamente à nossa realidade regional, observamos uma peculiar característica. A legião de lideranças empreendedoras das mais variadas classes, atuantes no conjunto das atividades econômicas, sociais, políticas e culturais, percebem com maior lucidez e entusiasmo que a coexistência colaborativa produz uma força indutora que modifica comportamentos, fomenta novos conhecimentos e promove o desenvolvimento da comunidade.
Nessa perspectiva, poderíamos então visualizar nosso modelo de organização regional como uma grande Sociedade Anônima. Uma grande organização de aprendizagem, orientada por visão compartilhada onde, na concepção de Peter Senge, “os membros consideram a organização um sistema no qual o trabalho de cada um afeta o trabalho de todos”. Uma dinâmica de coexistência solidária, alimentada por uma “tensão criativa” que, segundo Senge, impulsiona e mobiliza as pessoas a buscarem “o que poderia ser” a partir “do que é”.
Cabe, por fim, enaltecer a sábia atitude de todos os que praticam, promovem e difundem nossa cultura associativista. Isto nos faz diferenciados e fortes.