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Após soltura em SC, pinguins reabilitados atingem litoral argentino

Pinguins foram soltos com rastreadores | Foto Divulgação R3/Animal

Por: OCP News Florianópolis

27/01/2025 - 09:01 - Atualizada em: 27/01/2025 - 09:19

Cinco pinguins-de-Magalhães foram soltos com transmissores via satélite na Praia do Moçambique, em Florianópolis (SC), após serem resgatados e passarem por um processo de reabilitação na Associação R3 Animal, executora do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). O último boletim de monitoramento, de 17 de janeiro (36 dias após a soltura), confirma que todos os animais chegaram até o litoral argentino, onde estão suas colônias reprodutivas.

Atualmente, dois pinguins seguem emitindo sinais via rastreador, a cerca de 191 km da costa da Argentina. O boletim anterior, de 10 de janeiro (29 dias após a soltura), indicava que quatro pinguins estavam emitindo sinais: três na região do Rio da Prata, na fronteira entre o Uruguai e a Argentina, e um próximo a Pinamar, a cerca de 185 km da costa argentina.

A trajetória percorrida já soma mais de 1000 km em direção à Patagônia Argentina, onde os pinguins-de-Magalhães se reproduzem. O percurso realizado está dentro do previsto pelos especialistas. “Nós finalizamos o nosso trabalho na soltura, mas só sabemos se houve sucesso completo quando os pinguins chegam aos seus locais de origem”, analisa Cristiane Kolesnikovas, coordenadora do PMP-BS/R3 Animal.

Silvia Gastal, bióloga responsável pela instalação dos rastreadores e pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), explica que esses pinguins são juvenis e é esperado que permaneçam no mar nesta época, em busca de alimento.

“Eles ainda não se reproduzem, então só saem da água para fazer a troca de penas, que acontece entre fevereiro e abril”, pontua Silvia. Com a troca de plumagem, os dispositivos naturalmente vão se desprender dos animais. Cada rastreador contém um número de telefone para viabilizar sua localização e recolhimento.

A instalação dos transmissores é conduzida pelo Projeto de Monitoramento de Pinguins-de-Magalhães por Telemetria Satelital (PMPTS), uma condicionante ambiental que atende às exigências do IBAMA. O objetivo é investigar o comportamento migratório desses animais, gerando informações para embasar ações de conservação da espécie.

Aventura migratória dos pinguins

Todos os anos, durante o outono e inverno do Hemisfério Sul, os pinguins-de-Magalhães deixam suas colônias reprodutivas na Patagônia Argentina e seguem em direção a águas mais quentes, onde há maior abundância de alimentos. Entre maio e outubro, eles acabam atingindo o litoral brasileiro, especialmente as regiões Sul e Sudeste.

Durante este deslocamento, é comum que indivíduos mais jovens se percam do bando, devido à inexperiência, e encalhem nas praias exaustos, afogados e desnutridos. Além disso, ações humanas agravam a situação, como poluição marinha e interação com atividades humanas, como a pesca.

Em Florianópolis, 2710 pinguins foram registrados durante a temporada de 2024, sendo que apenas 5% estavam com vida no momento do resgate. A maioria desses animais já encalham mortos na praia ou debilitados e não resistem.

A Associação R3 Animal, por meio do PMP-BS, reabilitou e devolveu ao mar 72 pinguins no ano passado. Quando a época dos meses frios chegar em 2025, a ocorrências dessas espécies aumenta e novos resgates provavelmente vão acontecer.

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