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Antigamente em Jaraguá do Sul: conheça a história do pilar no Rio Itapocu

Foto: Divulgação

Por: Maria Luiza Venturelli

02/03/2020 - 15:03 - Atualizada em: 02/03/2023 - 15:34

Tombado pelo patrimônio histórico municipal em 2012, o pilar que fica no Rio Itapocu e sustentou a antiga Ponte Abdon Batista é parte importante da história de Jaraguá do Sul. Saiba como tudo começou:

Na época de colonização, uma grande dificuldade das pessoas que chegavam às terras jaraguaenses foi o relevo da cidade, que era cheio de morros e cortado principalmente pelos rios Jaraguá e Itapocu. Emílio Carlos Jourdan, engenheiro e fundador do município, tentou fazer com que o rio Itapocu fosse navegável até São Francisco do Sul, mas falhou em todas as tentativas.

Como ainda não era possível viajar de trem em Jaraguá do Sul, tendo em vista que a linha férrea só foi inaugurada na região do Vale do Itapocu em 1913, os colonos da região contavam com limitadas estradas de terra para escoar sua produção agrícola. Geralmente, os bens eram transportados nos lombos dos animais de carga, como cavalos e burros.

Com o estabelecimento de diversas etnias na cidade, como húngaros, negros, alemães e italianos, foi necessário construir estradas na região, a maioria seguindo a margem dos rios. Os colonos também construíram pontes nos pequenos afluentes dos rios Itapocu e Jaraguá.

Na Colônia Jaraguá, que tinha cerca de 8 mil habitantes em 1912, havia apenas um meio de atravessar o rio Itapocu: navegando em uma balsa. Para fazer o transporte das produções, os colonos eram obrigados a levá-las até o “trapiche” vizinho ao comércio de Jorge Czerniewicz. Devido ao grande movimento de pessoas e bens, o lugar acabou sendo denominado como Porto Czerniewicz.

O escoamento dos produtos agrícolas era de extrema urgência para os habitantes da colônia. A construção de uma ponte era essencial para que os resultados da colheita alcançassem os grandes centros comerciais.

Foi assim que, em 1909, foi construída uma humilde ponte sobre o rio Itapocu, feita em madeira e bem baixa, com apenas um metro de altura acima do nível do rio. Infelizmente, a melhoria foi breve, pois a estrutura foi destruída por uma grande enchente em 1911.

Ainda assim, durante os primeiros anos da década de 10, a criação de uma infraestrutura que unisse as margens do rio Itapocu era uma grande necessidade. Em março de 1913, foi finalmente inaugurada a segunda ponte sobre o rio, que tinha cerca de 90 metros e tem uma história curiosa.

Em 1912, a estrutura da ponte seguia viagem da Inglaterra rumo à África do Sul, mas acabou desembarcando inesperadamente em Florianópolis. O deputado estadual Abdon Batista viu no incidente a oportunidade de atender a necessidade dos colonos jaraguaenses, que haviam voltado a utilizar as balsas para a travessia do rio Itapocu desde a enchente de 1911. Ele conseguiu que a ponte permanecesse em Santa Catarina e fosse levada para a colônia.

Construída entre as ruas Hugo Braun, próxima a agência Besc (atual Bradesco) e Max Wilhelm, a ponte metálica tinha piso de madeira e ganhou uma cobertura de zinco em 1925. O suporte era composto por um grandioso pilar de pedra.

Por cerca de meio século, a ponte de ferro atendeu às necessidades do município. No entanto, com o crescimento industrial nos setores têxtil e metalomecânico, percebeu-se que era necessário fazer a substituição da estrutura sobre o rio Itapocu. Com a assinatura de um convênio com o governo de Santa Catarina em 1961, os trabalhos para a construção de uma nova ponte de concreto, com aproximadamente 80 metros, começaram sob a responsabilidade da empresa Marna, de Pinhais, no Paraná.

Após quatro anos de construção, o prefeito Roland Harold Dornbusch inaugurou a nova ponte de acesso a Jaraguá do Sul no dia 13 de março de 1965, mas a população começou a utilizá-la pouco antes.

Atualmente, a ponte Doutor Abdon Batista oferece uma bela vista ao pilar de sustentação original, que permanece intocado desde então e foi oficialmente declarado Patrimônio Histórico Cultural pelo decreto número 9.035/12, de 17 de dezembro de 2012.

Da estrutura antiga, restou apenas o grande pilar de sustentação em pedra, que até hoje permanece intocado, e pode ser observado da atual ponte Doutor Abdon Batista. O pilar foi tombado pelo decreto número 9.035/12, de 17 de dezembro de 2012, como Patrimônio Histórico Cultural do município.

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Maria Luiza Venturelli

Jornalista formada pela Faculdade IELUSC, especializada em conteúdo publicitário, cultura e entretenimento.