Drama, vingança e mortes deram o tom a um caso de polícia que se desenrolou em Jaraguá no ano de 1926. Na época, o OCP divulgou com detalhes o acontecimento, que aqui será resumido.
O lavrador Domingos S. prestou queixa na polícia contra Antonio B., acusando-o de “deflorar” sua filha, Alice. O inquérito não teve andamento porque o acusado constituiu advogado e o autor não teve condições de fazer o mesmo.
No entanto, o pai da jovem prometeu vingar a honra da filha. Daí em diante, Antonio, ao passar pela casa da moça, cantarolava com deboche, indignando a família ultrajada.
Pois no dia 16 de julho (um domingo), o acusado andava pela Estrada Itapocuzinho junto à sua mãe e uma irmãzinha, onde passou por Alice, já em adiantando estado de gravidez, também acompanhada de uma irmã pequena.
A criança teria jogado uma laranja pela estrada, que chegou aos pés de Antonio. Ele, então, teria ofendido ambas. Alice passou a espancá-lo com um guarda-chuva. Um de seus irmãos veio socorrê-la e começou a agredir o desafeto.
Em dado momento, o “deflorador”, desvencilhando-se do irmão da moça, acertou-o com um tiro na perna. Ouvindo o estampido, Domingos correu para amparar o filho e também foi acertado, no ombro esquerdo. Na confusão, ouviram-se mais dois tiros e os corpos caindo no chão.
“Com ódio chamejante, todos dois haviam disparado a arma e todos dois haviam acertado o alvo. O velho Domingos, com uma bala, a única que tinha em sua arma, matara, certeiro e vingador, o autor da desonra de sua filha”, diz o texto.
Antonio, além de engravidar Alice e acertar o irmão dela com um tiro, matou Domingos, que deixou dez filhos.