O acolhimento humanizado à saúde das mulheres catarinenses foi o tema central da reunião da Comissão de Saúde realizada na manhã do dia 9 de agosto, quarta-feira, no Parlamento. A pauta destacou os desafios enfrentados pela Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC) nesse contexto.
Ao longo de seus 62 anos de atuação, a RFCC, composta por seis mil voluntários, prestou assistência a mais de quatro mil mulheres catarinenses, concentrando-se na prevenção e combate aos cânceres de mama e colo de útero, bem como na promoção da orientação para a realização de autoexames. A presença da RFCC se estende atualmente a 78 municípios de Santa Catarina, contribuindo com mais de 100 mil atendimentos anualmente.
Um destaque significativo reside nos números de 2022, onde mais de 65 mil exames preventivos e mais de 12 mil mamografias foram agilizados pelas redes de combate ao câncer em todo o estado.
Durante a reunião, a presidente da RFCC, Maria Ciria Aragão Zunino, apresentou informações cruciais sobre o trabalho da entidade. Ela ressaltou o caráter acolhedor e humanizado dos atendimentos prestados pelas redes, salientando que essa era a primeira vez que os representantes da entidade compartilhavam suas atividades com a Comissão de Saúde.
Maria Ciria enfatizou a importância de um olhar diferenciado para o terceiro setor e o comprometimento dos voluntários, que se dedicam com amor ao acolhimento das pacientes. No entanto, ela também destacou obstáculos burocráticos que impactam a agilidade dos processos, como as longas filas de espera enfrentadas pelos pacientes com câncer. Ela defendeu a necessidade de priorizar filas emergenciais para esses casos.
A presidente da RFCC também mencionou um desafio burocrático adicional: a negação de algumas entidades municipais em inscrever as redes no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.
O deputado Neodi Saretta (PT), presidente da Comissão de Saúde e proponente do encontro, expressou sua apreciação pela presença das representantes da RFCC e reafirmou o compromisso da comissão com a saúde dos catarinenses. Ele enfatizou a importância da legislação estadual para aprimorar o tratamento do câncer em Santa Catarina, referindo-se ao projeto de lei que cria o Fundo Estadual de Combate ao Câncer.
O deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB) reconheceu a eficiência e relevância da rede feminina como uma solução de baixo custo para questões que o sistema de saúde público não consegue resolver. O deputado José Milton Scheffer (PP) também elogiou o trabalho das redes, destacando sua alta relevância e oferecendo apoio por parte da comissão e da Assembleia Legislativa.
Por fim, o deputado Repórter Sérgio Guimarães (UNIÃO) manifestou seu apoio e disponibilidade para ajudar as redes femininas, reforçando seu compromisso com a causa.
É importante mencionar que a Assembleia Legislativa de Santa Catarina aprovou o Projeto de Lei (PL) 17/2022, de autoria da deputada Ada De Luca (MDB), em 14 de junho de 2022. Esse projeto permite que o estado estabeleça convênios com as Redes Femininas de Combate ao Câncer, utilizando recursos do Fundo Estadual de Saúde. O projeto foi aprovado por unanimidade e sancionado pelo governo do Estado.