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A fé e as montanhas – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

09/11/2024 - 07:11

Já disse aqui incontáveis vezes que se o evangelista Marcos voltasse à Terra ele teria que brigar comigo na justiça por direitos autorais daquela passagem do evangelho dele, aquela do capítulo 9, versículo 23, a que diz que – “Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê”. Faz anos e anos que passo adiante essa mensagem do Marcos, passo adiante e lembro-a a mim mesmo… Estou nesta arenga, leitora, leitor, em razão de ter lido nas Seleções mais um artigo sobre o efeito placebo na Medicina, nas curas de doenças. O artigo resultou de novas pesquisas feitas pelo pessoal do Hospital Nacional de Neurologia e Neurocirurgia de Londres. Placebo, você sabe, são remédios falsos. O médico dá ao paciente um comprimido de açúcar ou de farinha de trigo, um comprimido absolutamente “inútil”, nada tendo de medicamentoso, todavia… Incontáveis casos ao longo do tempo nos fazem saber que muitas pessoas ingerem um placebo e logo começam a sentir-se melhor, muitas até se curaram. Mas como, se o remédio é falso? Aí é que está o furo da bala, por que se curaram? Muito simples, as pessoas acreditavam que estavam sendo medicadas com um remédio verdadeiro. Quer dizer, a fé, a crença no remédio produzia as melhoras ou a cura. Vale para tudo na vida. Claro que ninguém é estonteado para pensar que um remédio, seja ele qual for, vai trazer de volta um dedo que foi perdido num acidente. Sabemos disso, todavia, nas questões que envolvem a fé nas invisíveis e contornáveis doenças, mais das vezes, criadas pela mente, sim, tudo é possível ao que crê. Eva estava sem ter o que conversar com Adão, num sábado à tarde no paraíso, então, disse a ele: – “Adão, põe na cabeça, a fé remove montanhas”! E Adão foi achar o que fazer, estava desempregado… Falando sério, temos que pôr na cabeça que os nossos e milagrosos remédios na vida, saúde do corpo físico e vivências emocionais e sociais, dependem do modo de pensar, onde agem “milagrosamente” os placebos. Do que mais estamos precisando na vida são de placebos, de “iscas” que nos enganem, mas nos levem ao porto seguro de esfregar as mãos e dizer enfaticamente: – Marcos tinha razão, tudo é possível ao que crê.

VIDA

O provérbio diz que – “Os prazeres são passageiros, só a glória é perene”. E é aí que o bicho pega, o que é glória? Respondo por mim, não é ganhar a guerra, é viver sem sobressaltos, sabendo que o dever foi e está sendo cumprido. Isso é glória, a melhor das glórias, a glória da paz do deitar e dormir. Contudo, o que vemos por aí, Santo Deus, saiamos da frente, gente estonteada, pintando e bordando tolices, mas pensando que faz glórias. Coitados!

CONSELHO

Ouvi um conselho de um economista numa emissora de São Paulo e fiquei danado com a obviedade dele. O economista disse que estamos numa crise econômica, crise que vai piorar e que o conselho é mantermos nossas contas em dia. Mas quem é que não sabe disso? Sim, sabemos, mas os levianos, mesmo assim, saem para fazer turismo, comprar o de que não necessitam e andam por aí, pigarreando. Irresponsáveis.

FALTA DIZER

Penso que o desejo mais habitual entre nós, ditos humanos racionais, é ser apreciado. Se a pessoa tiver valores, dificilmente vai ser elogiada, ser competente e com valores morais elevados provoca invejas e silenciosos ódios. Infelizmente. Melhor é ser sem parecer ser.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.