Por Eduardo Ribeiro
Presidente nacional do Partido Novo
A decisão de Mark Zuckerberg de encerrar a censura no Instagram e no Facebook marca um momento decisivo na defesa da liberdade de expressão. Em um cenário global onde governos e instituições têm usado a desculpa de “proteger a democracia” para controlar narrativas e silenciar opositores, essa mudança reforça a importância de preservar o debate público como espaço livre e plural. Mais do que um ajuste operacional, essa decisão corrige uma postura anterior das próprias plataformas, que, em nome de diretrizes políticas ou pressões governamentais, restringiram vozes e impuseram barreiras ao fluxo de ideias.
No Brasil, esse movimento destaca ainda mais as práticas autoritárias do Supremo Tribunal Federal, que tem assumido um papel preocupante ao impor censura com base em interpretações subjetivas e muitas vezes desconectadas da legislação. Em vez de atuar como guardião da Constituição, o STF tem se transformado em censor, ignorando limites institucionais e sufocando críticas legítimas. Decisões recentes que resultaram na suspensão de contas, na remoção de conteúdos e até em mandados de prisão por opinião mostram que o tribunal está caminhando na contramão da liberdade e da democracia. Essa postura enfraquece as bases do Estado de Direito e consolida uma perigosa concentração de poder nas mãos de poucos.
Zuckerberg, ao reverter o curso de suas plataformas, não apenas assume um erro do passado, mas também envia um recado importante: corrigir equívocos é possível e necessário. Durante anos, Facebook e Instagram seguiram diretrizes que restringiram o debate público, contribuindo para um ambiente de polarização e desconfiança. O reconhecimento desse erro é um gesto que fortalece a democracia, pois reafirma que a liberdade de expressão deve estar acima de interesses políticos ou pressões externas. Governos, instituições e líderes mundiais deveriam se inspirar nessa postura. Persistir em práticas equivocadas não é sinal de força, mas de autoritarismo. Reconhecer o erro e mudar é um gesto de coragem e respeito aos valores democráticos.
A liberdade de expressão é o pilar que sustenta sociedades livres. Sem ela, o pluralismo desaparece, o debate público empobrece e o autoritarismo avança. É papel de todos — indivíduos, empresas, instituições e partidos — lutar contra qualquer tentativa de censura. A medida de Zuckerberg demonstra que há espaço para a autocrítica e para a correção de rumos. No Brasil, é preciso que nossas instituições também reconheçam os seus limites e parem de agir como instrumentos políticos. Defender a liberdade de expressão não é apenas uma escolha ética, mas um dever para quem acredita no futuro da democracia.