O que mais anda por aí, pelas esquinas da vida, são pessoas que se fingem de ingênuas, desavisadas, desatentas, muito ocupadas, essas coisas… Só que esse tipo de gente corre para pedir ajuda quando lhes chega o tempo da colheita na vida e eles se dão conta de que não plantaram como deviam, daí que nada têm para colher. Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco com o muito que temos: vida, saúde, liberdade, emprego, amigos… Adianta dizer? De modo inconsciente sabemos disso, ninguém é trouxa para não saber, mas é aquela história, a felicidade está no que não temos. E quantos chegaram ao sonhado pote da felicidade, chegaram ao pote com que sonharam e ao chegar “acordaram”. A imaginada felicidade fora um equívoco. Isso não quer dizer que devamos desistir dos nossos sonhos, não é isso. É dar-se conta de que felizes são as pessoas que se dão conta das graças em que vivem e não transferem a felicidade para um momento futuro. Esse momento não vai existir, não existe futuro, existe presente contínuo… Já me perguntei muitas vezes qual seria a felicidade de um idiota que se considerasse o sujeito mais rico do mundo se ele perdesse todo o dinheiro que tem… A vida, a única riqueza de todos nós, começa todos os dias, hoje é o primeiro dia dos dias que nos faltam viver. Logo, é tolice olhar para trás, como é tolice viver na angústia do amanhã, que bem pode não existir… Não gozar das pequenas alegrias, dos nossos bens de hoje e ficar na angústia da espera pelos sonhados bens do amanhã é estultícia dos reprovados da vida. Maioria. Quando fazemos o de que gostamos, quando nosso trabalho não é maldição religiosa, não nos damos conta do envelhecimento, somos sempre motivados e alegres. Depende de nós e da maturidade com que vemos o ontem, o hoje e o amanhã. Todos os dias ouvimos sobre gente “jovem” que ficou pelo caminho, assim, de repetente, morreu. Será que uma pessoa feliz sofre de uma hora para outra um curto-circuito definitivo? Aposto que não. Todas as respostas de que precisamos da vida estão dentro de nós, uma graça natural. O mais é desculpa.
HIPÓCRITAS
Estou com calos nos dedos de tanto escrever “hipócritas”. Mais um caso. Um sujeito pulou uma catraca do metrô de São Paulo, queria passar no mole. Um policial foi interpelá-lo e o cara reagiu, acabou levando um tiro na perna. – Ah, pra quê! Uma multidão ficou contra o policial, os hipócritas em coro defendendo um pilantra. Mas é isso, a decência está fora de moda e os hipócritas desfilam em passarelas. Eles têm que desfilar é na salinha dos fundos, uma passarela inesquecível…
SAFADO
Só não vou dizer hipócritas outra vez para não ficar cansativo, mas… Uma apresentadora de televisão, conhecidíssima, contou a história de uma moça que foi infectada pelo namorado com o vírus HIV, da Aids. Eles faziam sexo e ele não contou que estava infectado. A apresentadora criticou o cara, bah, foi “apedrejada”. Estão até agora dando pancadas críticas nela. O cara cometeu um crime “consciente” e é defendido pelos hipócritas? Sonsos da safadeza!
FALTA DIZER
Acabei de reler, Paulo Coelho, livro “Ser Como o Rio que Flu” – “Deus está por todas as partes, não é necessário entrar em uma construção feita pelo homem para poder encontrá-lo”. Concordo. A construção de que Paulo fala são as igrejas. Por que foram “inventadas”? Para tirar dinheiro dos distraídos… Olho vivo, olho vivo!