Você sabe dizer não? – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

26/09/2024 - 07:09

Areia movediça o assunto de que vou tratar, mas… É preciso tratá-lo. Vamos lá, vamos pôr os pés na areia movediça dos relacionamentos. Pergunta que me irrita: – Quantas vezes num casamento alguém faz sexo sem vontade? Vou corrigir a pergunta, ela foi malfeita. – Quantas vezes num casamento as mulheres fazem sexo sem vontade? Sim, as mulheres, os homens quando estão sem vontade sabemos bem, ficam caídos… E por que as mulheres fazem sexo sem vontade, maior parte das vezes? Ora, por medo de dizer não. Medo ou educação. Já os homens não têm como mentir, se estão sem vontade, bah, nem com azulzinhos… Dei estas voltas porque acabei de ler um artigo cujo título era: – “Como e por que você deve dizer não com freqüência e sem medo”. Todos dizemos “sim” muitas vezes sem vontade, mais das vezes para não melindrar o pedinte ou mesmo por medo. Mas que dizemos muitos “sins” sem vontade, dizemos. Dizer não é parte da vida, exige boa percepção diante do momento, exige educação e, repito, freqüentemente medo. O “não” que mais me incomoda é o não comigo mesmo. É pensar tão repetidas vezes o que não devo pensar, coisas que me fazem mal e abatem o entusiasmo, a fé. O discutido “pensamento negativo” é um vai e vem na nossa vida, nos infernizando e nunca calando. Curioso isso, temos o poder, o único poder sobre a Terra, de mudar nossos pensamentos, de dizer não a eles, os chatos, os enjoados, os que nos empurram para baixo, nos tiram o bom ânimo e nos liquidam com a saúde. Sim, a nossa saúde depende muito do modo como pensamos, ocorre que, aposto, menos de 000,1% das pessoas acreditam nisso. – Ora, já se viu dizer que os pensamentos me estragam a saúde! É o que mais as pessoas pensam ou dizem. E aqui está a primeira e melhor das razões para aprendermos a dizer “não”: para nosso bem-estar, para nossa felicidade e saúde. Muitas vezes dizemos “não” diante de momentos para o nosso bem, um sim para nós mesmos, mas… Pelas vias transversas da estupidez e equívocos humanos, mandamos o “sim” passear. Burros. Ninguém escapa. O não na hora certa é vida, o não na hora errada é estultícia.

ELAS

Mulheres têm cotas eleitorais e partidárias nas eleições, quando elas são maioria populacional e eleitoral, quer dizer, elas deviam mandar, mas… São mandadas. Mas o pior de tudo é o que vejo e ouço, mulheres cuspindo fogo contra mulheres. Aí não dá. Já os homens se protegem de todo jeito, claro, sabem que se as mulheres “acordarem” eles acabam… Elas são mais em tudo, menos no autorrespeito. Exceções? Gostaria de abraçá-las, dar-lhes flores…

NÚMEROS

Em Assembléias Legislativas por todo o Brasil, as mulheres são 17%. Na Câmara dos Deputados são 18%. Nas Câmaras de Vereadores são 16% e nas Prefeituras não passam de 12%. E de quem é a culpa? É preciso uma revolução: Eleições têm que ser 50% dos candidatos e dos eleitos divididos entre homens e mulheres, por iguais. Ou isso ou vai continuar essa prepotência machista que anda por aí desde as caravelas escravagistas do Cabral…

FALTA DIZER

O ditado foi escrito para as mulheres, mas vou abrir o leque e usá-lo para elas e eles. Diz assim, o ditado: – “Não sejas como o pássaro que só vê o grão e não vê a gaiola”. Quantos e quantos casam pelo “grão” ou estupidamente votam pelo “grão”? Depois, não se queixem da gaiola!

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.