Quem não tiver, agora, na palma da mão um problemão para enfrentar é uma pessoa feliz. O problema é que nós só imaginamos a felicidade como uma vivência sem nenhum risco, problema ou ansiedade. Nem o melhor monge budista vive esse tipo de vida. Tenho na minha caixa de sapatos frases para todas as vivências, uma delas diz assim: – “Você está sempre livre para mudar de idéia e escolher um futuro ou um passado diferente”. Será? Não é bem assim. O que eu fui e não sou mais quero voltar a ser, falo dos bons momentos. Essa amarração é uma âncora a nos prender no passado que não vai voltar. Não nos damos conta de que essa amarração ao passado só acontece quando nos vemos vazios, sem graça no aqui e agora. Queremos, por isso, voltar ao impossível passado. A questão é que não nos damos conta ou não admitimos esquecer o passado e criar um novo “eu” dentro de nós. Estamos livres para trocar o modo de pensar, admitindo sim os bons momentos do passado, mas, de um modo simbólico, jogá-lo na lata de lixo da vida, a lata do passado. A vida é daqui para frente. Todos temos “âncoras” de um modo ou de outro no passado, é o desejo de voltar aos bons momentos que um dia vivemos, mas, ponhamos na cabeça, nunca mais os viveremos, não aqueles momentos. Dia destes, ouvi um veterano das novelas da Globo, um senhor acima dos 90 anos, mas ativo, faz gravações comerciais, faz atuações em podcasts, essas coisas todas, e ele disse, numa postagem que – “Precisamos sobreviver, não é mesmo”? Ele quis dizer que o que está fazendo é uma sobrevivência. Disse errado, sobreviver é viver além de um grave risco de vida, acidente ou doença brava…Saudáveis, não devemos pensar em sobreviver, mas em viver. E esse viver depende só de nós. Podemos estar debaixo da ponte, loucos de fome, todas as carências e ainda assim nos sentirmos felizes. Olhando para trás, lembro que já disse aqui que podemos mudar de vida agora, neste momento, mas essa questão depende dos pensamentos. A felicidade, a paz na vida não vem do dinheiro ou da fama, elas só podem vir dos “desligamentos”, o que era, foi-se… Sobra-nos a consciência do aqui e agora e o daqui para frente.
SIMPLICIDADE
Muita gente está roendo as unhas, pensando na “pobreza” de seus natais, e esquecem que estão vivos e com saúde. Pensar no dinheiro para comprar “presentões” é leviandade. O presente é, deve ser, um ato de amor, um símbolo desse amor, nada mais. O mais é exibicionismo e avaliar de um modo leviano a importância de um amor pelo valor do presente. Nunca esquecer, o “Cristinho” nasceu numa manjedoura…
SUGESTÃO
Uma sugestão. Sempre é bom pensar “antes”, quem pensa antes erra menos. Vamos ter o encontro de Natal, reunião de família. Sugiro a você que surpreenda alguém nessa festa. Sempre há aquela pessoa com quem mantemos certa distância, pois a minha sugestão é surpreender essa pessoa: dar-lhe um abraço apertado e dizer-lhe palavras bem afetivas e de boa sorte. Duvido que “o mundo” entre ambos não mude. Para a eternidade do melhor…
FALTA DIZER
Reencontrei um amigo, programador musical, trabalhamos juntos por muitos anos na mesma empresa em Florianópolis. Ele foi demitido. Num café, perguntei a ele como reagiria se recebesse uma proposta para voltar. Ele largou o café e me disse, sério: “Não me chame para o passado!”. Ou mentiu ou é um virtuoso…