A escalada dos casos de dengue em Santa Catarina impõe uma reflexão urgente e coletiva sobre o papel do poder público, de cada cidadão e instituições, no combate ao Aedes aegypti. Em 2025, o estado já registra 20 mortes pela doença, além de aumento expressivo nos casos de chikungunya, inclusive com os primeiros óbitos confirmados. Não se trata, essencialmente, de mera estatística, esses números representam vidas perdidas por uma doença evitável. Este é o fato. A realidade é clara, o mosquito não respeita fronteiras, e o enfrentamento exige comprometimento integral da sociedade. Isso requer senso de cidadania.
O desafio vai muito além das ações de fumacê ou da atuação pontual das prefeituras. A luta contra o Aedes é contínua, diária e depende de mudanças de hábito. Cada tampinha de garrafa esquecida ao relento, cada caixa d’água destampada, cada calha entupida, cada pneu jogado ao léu, pode se transformar em um criadouro e, portanto, em um risco à saúde pública. O cuidado deve começar em casa, nas empresas, nas escolas e em todos os espaços coletivos.
O poder público tem papel essencial na vigilância, fiscalização e campanhas de conscientização, mas o êxito dessas medidas depende da adesão da população. As instituições de ensino podem ser multiplicadoras de informação; as empresas, agentes de prevenção em seus ambientes de trabalho; e os meios de comunicação, pontes entre a informação e a ação. A propósito, é o que o OCP está fazendo.
A Dengue, a Zika e a Chikungunya, mais do que desafios sanitários, são testes de cidadania e responsabilidade social. Santa Catarina já provou sua força em tantas crises; agora, é hora de transformar a prevenção em rotina, em cultura. Somente com união, disciplina, atitude e civilidade, será possível interromper o ciclo do Aedes e preservar o bem mais valioso: a vida.