Como psicólogo, ou amigo, já ouvi muita gente suspirando, fazendo desabafos e dizendo: – “Ai, me sinto num vazio, não estou vendo graça em nada”! Vidas vazias? Bem possível, mas cuidado. Nós bem que podemos estar dizendo isso para nós mesmos no silêncio do banheiro… Essa questão, tão comum como o sol do meio-dia, sempre me faz pensar na pergunta milenar: Qual o sentido da vida? Como ninguém até hoje assentou uma razão incontestável, foram criadas as religiões. Lembro-me como se fosse hoje, nas primeiras horas como aluno de escolas maristas, o irmão dizia, lá na frente, que o sentido da vida era – conhecer, amar e servir a Deus. Uma doutrinação religiosa. Sim, mas e os que nasceram lá no fundo de uma floresta, sem contato com a “civilização”, como chegariam a essa proposta? Filósofos ao longo da História de igual modo pensaram, pensaram e desistiram, não acharam a porta de saída para assinar embaixo qual o sentido da vida. Claro, teria que ser um sentido para todos. E é aqui que entra o nosso poder pessoal e individual: cada um de nós tem que pegar uma folha de papel, buscar a caneta, sentar e escrever o sentido de sua própria vida. Essa pessoa, eu, tu, ele, nós, vós, eles precisa dar à vida um sentido. De outro modo, suspiros, olhares vagos, desânimo e não raro um tiro… Credo! O melhor de todos os sentidos que podemos dar a vida, penso, é dar esse sentido no aqui e agora. Deixar para amanhã a procura e o encontro com o nosso sentido é danação na certa. Agora, fique claro, esse sentido, o que damos a nossa vida, é nosso, só nosso, ele até se pode confundir com o propósito de alguém por perto, mas é coisa nossa, pessoais. Ninguém pode ser feliz vestindo a camisa ou a blusa alheia. Neste mundo em que vivemos, muitos sentenciam nossos “destinos”. Negativo. Nós temos que casar por amor com os nossos propósitos, sejam eles quais forem. Sou feliz juntando folhas caídas no pátio, pronto, decidi. Ou vamos esperar pelas decisões alheias e, sobretudo, pelos falsos aplausos dos outros? Nem pensar! Cada um de nós tem que semear o sentido de sua vida. Credo, fiquei corado de dizer tantas obviedades. Vou juntar as folhas…
SENTIDO
A Psicologia às vezes é tão infantil em suas verdades que fico constrangido. Por exemplo. Imagine sobre a mesa um pacote de farinha, de açúcar, fermento, leite e o que mais você quiser. Tem sentido? Não, mas pode ter. Basta que alguém decida fazer um bolo ou algo parecido. Os elementos sem sentido passarão a ter sentido. E assim com tudo em nossas vidas. Nós temos o poder de dar sentido ao que não tem sentido em nossas vidas… Fazemos isso?
REPETIÇÃO
Assim a conta não vai fechar. Uma onda de vadios aí pelas esquinas. Acabo de ler num jornal de SP mais um empresário falando das novas gerações, as tais Y e Z. Diz o empresário: – “Falta ética a esses jovens, têm pouca comunicação, falta-lhes propósito e falta-lhes conhecimento tecnológico…”. Como se vê, falta-lhes tudo, mas… Sobra-lhes o olho da rua!
FALTA DIZER
Casamentos que dão certo são tão poucos como ganhar na Mega-Sena. Já ouvi falar muitas vezes sobre “dever conjugal”, claro, só para as mulheres. Ela está sem graça, chateada mesmo? Problema dela, dizem os arremedos de machos, ela tem que cumprir com o “dever conjugal”, fazer sexo. Digam isso na salinha dos fundos da “minha” delegacia, digam…