Vamos ao pódio? – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

06/08/2024 - 07:08

Queiramos ou não, estamos o tempo todo olhado para os lados e nos pesando na balança da vida. Quando pesamos “mais” que os outros é um peso de felicidade, estamos acima “deles”, mas… Quando nos vemos “magros”, nessa mesma balança da vida, perdemos o sono ou imprecamos contra os que vemos acima de nós. Infelizmente é assim e não há com mentir. – “Ah, tu estás falando de ti e acusando os outros…”! É possível… As coisas que não nos importam deixamos passar, os outros que façam o que quiserem e gozem dos seus bens do melhor modo, todavia… Quando esses “bens” são também desejados por nós, bah, é um levantar de poeira que só nós sabemos, no silêncio dos nossos silêncios. Sim, a que se deve esta conversa toda? É verdade, tenho uma razão. Essa razão veio-me de muitos dar de ombros de brasileiros merrecas diante de atletas, nossos, nas Olimpíadas. Atletas que ou perderam suas disputas ou ganharam medalhas “menores”. – Medalha tem que ser de ouro, é o que muitos dizem. Só que temos que parar e pensar. Todos nós já fomos, ou ainda somos, “atletas” na escola ou na universidade. Sabemos que nas escolas a medalha de ouro é a nota 10. A de prata é a nota 9 e a de bronze a nota 8. Um estudante que viva tirando nota 8, por exemplo, é um baita aluno, aluna. E tirar 10, como já disse, é medalha de ouro. Agora me diga, quem dentre nós passou pelos bancos do colégio só tirando notas acima de oito? E quem está impedido de tirar 10? Será que isso é dito pelos pais aos filhos indolentes, vadios que não estudam? Na escola todos os alunos são “atletas”, atletas diante de suas lições. Nós, adultões, somos atletas nos corredores da empresa. Será que o chefe nos vai impedir de sermos os melhores nesse corredor de disputas profissionais? Se tivermos um pouquinho de senso vamos ter que aplaudir de pé os atletas que chegam aos Jogos Olímpicos e cair de joelhos diante dos medalhistas de ouro. O mais será um desprezo fútil, típico dos perdedores na vida. Temos que lutar pelo “ouro” moral em nossas vidas. E com esse ouro estaremos no pódio dos respeitáveis.

TREINOS

Sim, não existe treinamento garantido que nos leve ao pódio da longevidade, porém… Dois “movimentos” são indispensáveis para uma vida mais longa e saudável. Sabes quais são? Um propósito, isto é, algo que nos tire da cama pela manhã com os olhos acesos por esse propósito, seja ele o que for, e o outro “movimento” é o movimento mesmo, isto é, colocar o corpo para fazer um trabalho físico, sem moleza, nem desculpas, claro, com saúde. Sem isso, é atoleiro na certa.

ACOMODAÇÃO

O vovô ou o papai tem idade, é velho? Então, cuidado. Se o vovô ou o papai estiver com boa saúde, sem essa de ir busca água para eles na cozinha, eles que façam isso. Salvo em momentos especiais. Os velhos têm que se mexer, sem isso vão se entrevar antes do tempo. Sem esquecer que passar uma vassoura no pátio não tira nada de ninguém. Ué, gente!

FALTA DIZER

Quem acompanha os Jogos Olímpicos viu a “figa” que as atletas mulheres deram diante dos deboches dos trastes que só reconheciam os homens como “medalhistas”. Os grandes destaques do Brasil são as brasileiras pobres, bem pobres, mas heróicas e retumbantes na vida e no pódio. Tomem, despeitados. As “da periferia” mostram-se lá em cima. Engulam, invejosos!

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.