Vai ficar pior – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

02/10/2024 - 07:10 - Atualizada em: 30/09/2024 - 14:57

Às vezes fico me perguntando, será que a civilização anda mesmo para frente? O que observo é que em muitos aspectos andamos para trás, como, por exemplo, nas questões éticas. O que era vergonhoso num passado não muito remoto virou naturalidades hoje. O assunto de que vou tratar era uma fantasia ininteligível para os jovens, hoje se eles não abrirem os olhos bem cedo vão se danar na chamada vida futura. Jovens não pensavam, e acredito que ainda não pensem, em futuro, futuro remoto, casa dos 60, 70 anos e por aí afora… O assunto é solidão. Essa palavra era conhecida apenas nos romances, daqueles romances plúmbeos, hoje não, hoje a solidão está de arma na mão esperando por quase todos da população, exceções mínimas. Dia destes, li e vi fotos da história de um empresário americano, área de tevês e jornais, 94 anos. Na foto dele no jornal, a esposa estava ao seu lado, esposa de 61 anos. Essa esposa faleceu por estes dias. Ele aos 94 ficou, ela aos 61 se foi… No passado eu pensava que um cara dessa idade com uma mulher bem mais jovem era um tarado. Hoje vejo diferente. Os homens, velhos, não buscam novas esposas por “taras”, sexo, buscam para ter companhia, mãe. Os filhos de hoje, maioria, não estão nem aí para os pais, batem asas e voam para longe, os pais que se virem. Resultado? Solidão dos pais, dos viúvos e viúvas. Há pouco, ouvi uma entrevista com uma famosíssima apresentadora de televisão no Brasil, não lhe dou o nome… Essa mulher, hoje com 76 anos, queixava-se de solidão. Dizia que dinheiro ela tem mais que o suficiente, multidões de conhecidos, mas… Não fez amigos, vive sozinha, sente muita solidão, ainda que tenha um filho, mas daqueles tipos… Resumo da ópera: famosa, muito dinheiro no banco, mas vive crises de solidão. Pode isso? Pode, está na moda e… Vai ficar pior, bem pior. Vem dessa verdade a consciência que os jovens devem ter diante de suas “possíveis”, não garantidas, velhices. Fazer amigos, poupar e não esquecer também de ser amigo, amiga dos amigos. As famílias estão ficando cada vez menores, logo… Abrir os olhos enquanto for cedo…

AMOR

Acabei de ler o livro “A Grande Arte de Ser Feliz”, de Rubem Alves. Certa altura, li que “o amor não tem porquês, a pessoa ama porque ama”. Discordo da cabeça aos sapatos. Eu vou amar o que eu encontro e que preenche os desenhos que previamente eu tinha feito no meu subconsciente sobre um possível amor, uma parceria desejada. Não existe efeito sem causa. A pessoa que encontramos e passamos a amar, ou desejar, já estava desenhada dentro de nós.

MUDANÇA

As coisas do nosso cotidiano parecem mudar, mas elas não mudam, apenas trocam de roupa. No passado, um homem conquistador, um imbecil que se jogava em cima de mulheres, era chamado de Don Juan. E as mulheres que faziam parecido? Ah, essas eram, e são, chamadas de galinhas. A safadeza masculina, autorizada pela apatia das mulheres, continua a mesma, haja vista os feminicídios, estupros e violências contras as mulheres. Não é mesmo, Santa Catarina, líder nacional?

FALTA DIZER

Cruzei com uma amiga ontem, conversamos rápido e ela saiu dizendo: – “Ai, que saco, tenho que trabalhar”! Fiquei com pena dela, o que ela vai pensar quando for demitida, ficará feliz? Ou está entra as levianas que pensam que ao casar não vão mais precisar trabalhar? Minha amiga é feliz e não sabe…

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.