A recente proposta de permitir que empresas, entidades ou até mesmo cidadãos assumam a manutenção e conservação de espaços públicos em Jaraguá do Sul, como parques infantis, academias ao ar livre, quadras esportivas, entre outros, é uma iniciativa que merece reflexão. Mais do que uma simples medida administrativa, ela traz à tona um princípio fundamental: uma cidade é uma construção coletiva, que pertence a todos e deve ser cuidada por todos.
Em tempos de orçamentos públicos cada vez mais apertados e demandas sociais crescentes, a ideia de compartilhar responsabilidades com a sociedade civil é uma saída inteligente. No entanto, é preciso cautela para que essa parceria não se transforme em uma transferência de obrigações do poder público ou, pior, em uma forma de privatização disfarçada. O equilíbrio está em garantir que a gestão compartilhada não beneficie apenas alguns, mas sim toda a comunidade, preservando o caráter público desses espaços.
Essa prática, quando bem conduzida, trazem benefícios significativos. Empresas que adotam praças ou parques, por exemplo, mantêm a infraestrutura em bom estado, e promovem atividades culturais e esportivas, revitalizando áreas antes subutilizadas ou abandonadas. Da mesma forma, associações de bairros ou grupos de cidadãos podem trazer um olhar mais próximo das necessidades locais, fortalecendo o senso de pertencimento.
É essencial, entretanto, que haja transparência e regras claras. A população precisa saber quais são os termos desses acordos e, em contrapartida, ajudar a zelar.
Essa proposta nos lembra que uma cidade não é feita apenas de concreto e asfalto, mas de pessoas. Quando cada um assume um pouco da responsabilidade pelo que é de todos, reforçamos o tecido social e construímos uma comunidade mais unida e participativa.
Bem diz o ditado, “sozinhos vamos mais rápido, mas juntos vamos mais longe”. E é assim que se constrói uma cidade verdadeiramente pertencente a todos.