Um tantinho de inveja – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

22/05/2024 - 10:05 - Atualizada em: 22/05/2024 - 10:35

Sim, foi isso o que acabei de sentir, um tantinho de inveja. Inveja não é pecado quando ela resulta de uma admiração sem competições. Antes de dizer da minha inveja, é bom lembrar que temos que ser felizes com o que temos, transformar um eventual limão da vida numa deliciosa limonada. Depende só de nós, por mais apertado que esteja o nó em nossa garganta. Ser feliz com o que temos não significa não querer mais nada, não lutar para subir novos degraus, significa viver o aqui e agora sem choros inúteis, curtir a vida, como se diz. O que me provocou um “tantinho de inveja” foi acabar de ver no site Metrópoles um jovem casal, de Goiânia, que decidiu viver a vida sem esperar que a Mega-Sena lhes batesse à porta. Casal jovem e pobre, pobre de saldo bancário, mas de cabeça arejada. Esse casal não tem dinheiro para comprar um carrão, uma camioneta dessas que andam por aí acima dos 300 mil… Inquietos para passear pela vida, decidiram transformar o carro deles, um Fiat Uno “velhinho”, numa kitnet, como disse a mulher. Feito isso, pé na estrada. Já rodaram pelo Brasil todo, já circularam por muitos países sul-americanos e agora vão aos Estados Unidos. O casal não ficou esperando por dias melhores, transformou seus dias em dias melhores. Trabalham on-line. Todos podemos fazer isso, de um modo ou de outro. Os saudáveis improvisos na vida nos trazem momentos inesquecíveis, nos dão energia, nos constroem histórias para contarmos pelo resto da vida. É levantar da cadeira e transformar o limão em limonada, afinal, “limões” não nos faltam na vida… Nem os ricos escapam, os limões deles podem parecer limonadas, mas não são, são limões sim. E digo mais, limões, não raro, quase sempre, bem mais amargos que os nossos. A pontinha de inveja que senti do jovem casal goiano foi pela decisão deles, pela intrepidez. Quem olha para o carro deles não tem como não dizer: “Bah, mas vocês são loucos”! E dizendo isso, lembro-me de uma aula de Psicopatologia que tive ao fazer a faculdade de Psicologia. O professor contava que os pesquisadores nunca encontraram um “louco” infeliz nos pátios dos hospícios de então… Os “loucos” sempre faziam e viviam a loucura que lhes passava pela cabeça, a começar por ser Napoleão…

LOUCURA

Vivemos um surto de loucura, uma loucura gerada pelo sentimento de “pequenez” da maioria diante das posições sociais e das autoestimas rasteiras. Ouça esta: – “Procedimento estético de harmonização peniana está em alta”. O cara se olha no espelho e vê uma decepção… E aí vai ao cirurgião para “crescer” e finalmente acreditar-se homem? Coitados! Não se respeitam e nem ouviram falar que “tamanho” não é documento, se o fosse o elefante seria dono do circo. Coitados!

TRETA

Quando um time de futebol vem perdendo, perdendo e perdendo e a direção troca o treinador e o time começa a vencer, havia treta. Havia má-vontade da maioria dos jogadores para com o treinador demitido. Isso não é de hoje, essa safadeza vem dos tempos da bola quadrada… Que vão enganar a mãe Joana, não a mim… Treteiros!

FALTA DIZER

Tempo de negócios. No passado, você comprava uma camiseta do seu time favorito e morria com ela, era a mesma camiseta ao longo do tempo. Hoje os espertalhões mudam os desenhos das camisetas a cada seis meses, e os trouxas correm para comprar. Essa jogada é gol contra, usem o VAR de suas cabeças, ingênuos! Ingênuos? Só nisso…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.