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Um prego na cadeira – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

21/08/2025 - 07:08

A imaginação tanto nos pode levar ao paraíso quanto ao inferno, tudo vai depender da nossa saúde mental. Não ter o que fazer, passar o dia com a cabeça vazia, olhando para os lados e esperando por um “milagre” é o pior dos infortúnios humanos. Vou aproveitar de uma história inventada pelos homens para ilustrar o que estou dizendo, a história de Adão e Eva. Os pombinhos viviam num paraíso, mas… Bufando o dia todo, até que Eva gritou a independência do casal comendo a bendita maçã. Bendita sim, de outro modo os humanos estariam condenados ao ócio, ao marasmo do “tudo bem”, sem temer o amanhã e ter tudo na palma da mão. Diante do (inventado) pecado-original, os humanos se libertaram para o trabalho, para ter que trabalhar. E depois, outros espertalhões inventaram aquela historia do “comerás o pão com o suor do teu rosto”! Só que deram o tiro errado, o trabalho que produz o suor de onde vem o pão de que precisamos é a melhor das bênçãos. Já foi dito, bem antes de Adão e Eva, que – “O trabalho nos livra de três grandes males: o tédio, o vício e a pobreza”. Sem o trabalho, amaldiçoado pelos vadios da vida, o que faríamos o dia todo, todos os dias? Há herdeiros que sabem bem disso e que por isso são viciados, afinal, não precisam trabalhar e para sair do atoleiro do tédio anestesiam-se nas drogas. Os médicos e os psicoterapeutas, dos bons, sabem bem disso. Conheci alguns herdeiros na vida que tinham equilíbrio e foram salvos por suas idéias construtivas, como não precisavam trabalhar, foram condicionados pelas famílias para não trabalhar, entraram em trabalhos sociais. E se realizaram ajudando causas humanitárias, uma inspiração sublime. Não é por outra razão que a inexistência de um trabalho ou envolvimento com alguma causa social que os aposentados, os homens, começam a adoecer fisicamente ou a enlouquecer a cabeça na ociosidade do nada a fazer… Quando alguém entra numa jogatina qualquer pensando em ganhar e não precisar mais trabalhar, essa pessoa é uma pobre coitada. Não sabe o que está dizendo. Ela vai sentir o prego na cadeira, a vida nada tendo para fazer…

HISTÓRIAS

Conheço muitos pregadores religiosos, de todas as religiões, subindo pelas paredes de tão desnorteados existencialmente. Pessoas ensandecidas, viciadas e nada exemplares para seus ouvintes seguidores… Ué, mas não são pregadores religiosos? São, da boca para fora, por dentro não acreditam em nada do que pregam e dizem. Vou mais longe, os mais “graduados” religiosos do mundo são negacionistas silenciosos do que pregam. Trabalhar faz bem.

INFERNO

Olhe o que me puseram na cabeça quando criança. Quem faltava à missa dominical e não se “confessava” desse pecado antes de morrer iria para o inferno. E o relógio do inferno não fazia tic-tac, fazia “sempre, nunca, sempre, nunca…” Isto é, sempre estarás, nunca sairás, sempre estarás, nunca sairás… O relógio do inferno ia nos lembrar pela eternidade do pecado não confessado de faltar à missa num domingo. Ah, se o tempo voltasse, isso não teria ficado assim…

FALTA DIZER

Uma das piores labaredas da vida é estar neste momento lembrando de grandes momentos por que passamos e não vivemos como deviam ter sido vividos. Aquela história de esquecer-se do “aqui e agora”, as únicas instâncias garantidas que temos na vida. Olhar fotos do passado e lembra-se que foram momentos não vividos como deviam ter sido é uma corda puxada no pescoço das recordações. É tarde. Viver agora! Sempre!

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.