Um desespero coletivo – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

16/06/2023 - 06:06

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Quando digo desespero coletivo falo de uma maioria ruidosa que anda por aí, maioria sem qualquer talento, graça ou simpatia, mas… Pessoas desesperadas para serem notadas. Dizendo isso, recordo de uma velha piada que mandava quem quisesse aparecer que pendurasse uma melancia no pescoço. Estão fazendo pior que isso. Tenho três ex-colegas de jornalismo que montaram sala de gravação para podcast e essas bobagens que estão na moda. Os colegas me disseram que nunca ganharam tanto dinheiro na vida, isso em Florianópolis. Uma loucura os tantos que querem aparecer. E há pouco vi num site de jornalismo notícia sobre uma jovem mulher que numa festa infantil dançou com roupas transparentes. Você sabe que o transparente mostra o que só deve ser mostrado “lá dentro” e, não raro, com a luz apagada… Houve reações e ela respondeu pirada sobre o direito dela a fazer o que bem entende com a vida dela. Mas espere, roupas transparentes num aniversário de criança? Uma ânsia louca de ser alguma coisa. E o que muitas buscam para serem notadas é tirar as roupas ou deixá-las bem reduzidas. Bom, muitos em Florianópolis, sob o argumento de que é uma cidade de praias, andam na rua que só vendo… E vão assim aos supermercados. Vivemos o momento do desespero para ser. Não vou muito longe, faz alguns anos citei nos meus espaços, elogiei, pus mesmo nas alturas um cidadão, da área do Direito, que em Florianópolis lançou um livro histórico de filosofia e valores dos povos que basearam a civilização ocidental. Um livro magnífico. Passado um tempo, descobri que o “doutor” não escreveu o livro, outra pessoa escreveu para ele. E o cara era todo metido na área judiciária, mas “semianalfabeto” para escrever um livro. Fez o que fez para aparecer. E agora, mais do que nunca, o despudor está de plantão, as pessoas – estupenda maioria – estão dando os dedos, e até outras coisas, para aparecer. É duro ser anônimo, como se alguém muito competente em qualquer área pudesse ser anônimo, a pessoa pode até ser desconhecida para muitos, mas ela sabe, para ela mesma, que tem valor. E é só isso o que conta. O mais é tapeação para os trouxas dos “seguidores”…

TRABALHO

Sempre concordamos com quem pensa igual a nós? Então, vou citar, novamente, um pensamento do formidável médico recifense Marco Aurélio Dias da Silva, do seu antológico livro “Quem Ama não Adoece”. Ele diz – “A insatisfação profissional deve-se muito mais à condição interior da pessoa dos que às próprias condições objetivas do trabalho”. Perfeito, e é por isso que não aceito ouvir dos dengosos o tal de “burnout” para justificar seus estresses e aborrecimentos no trabalho. Qualifiquem-se, é o melhor “Rivotril”…

INFERNO

O filósofo e escritor francês Jean Paul Sartre fez entrar para a História sua frase – “O inferno são os outros”. Digamos, sim, há muitos demônios por aí, e até mesmo dentro de nossas famílias, mas… Sartre exagerou. O pior inferno está dentro de nós, somos os piores demônios de nós mesmos. Demônios que nos puxam para baixo, nos destroem a autoestima, nos fazem viver diariamente comparações, sem dúvida, o inferno está dentro de nós, e os demônios somos nós mesmos.

FALTA DIZER

Acabo de ouvir um economista na BandNews falando sobre desemprego e o que devem fazer os desempregados entre uma demissão e um reemprego: devem buscar qualificações e requalificações, não devem ficar parados, esperando um novo emprego. Amigo, ouça, não perca seu tempo, os vadios só sabem falar em desigualdades sociais. Os vadio querem moleza.

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.