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Tudo bem? Muito bem! – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

22/11/2024 - 07:11

Coisa triste não poder abrir a boca para contar dos nossos apertos. Quem o fizer vai se arrepender. Quem quiser roer unhas de arrependimento pela língua solta que fale sem restrições. Antes de tudo, ponhamos na cabeça, ninguém está interessado em nossas vivências, se forem vivências boas vamos fazer brotar a inveja rançosa na cabeça de quem nos ouve, se for uma encrenca, um problemão a reação será outra, será um silencioso sorriso, como que a dizer – toma! – “Ah, cara, tu desconfias de todos, tu não te enxergas”? Digo o que digo porque ouço e vejo as ações alheias diariamente. Sei que nos tempos atuais a vergonha aposentou-se, coitadinha, era tão simpática, mas… Foi corrida para o mato, sumiu. E foram abertas as portas para o vale-tudo das besteiras, das confissões pessoais, das revelações sobre intimidades sexuais, problemas de saúde, loucuras, de tudo um pouco. Agora, é preciso que a pessoa seja muito ingênua para não saber que qualquer dos nossos problemas vai ser contado mais adiante para outros ouvidos. O que contamos num momento difícil vai chegar a muitos ouvidos e, com certeza, nossas verdades serão deturpadas, aumentadas ou festejadas. Não se queixar de qualquer doença, senão para o médico, não contar de dificuldades financeiras, não revelar ansiedades geradas pela solidão, no caso dos mais velhos, nada, boca fechada. Sem esquecer, cuidemos muito bem de nossa língua dentro de casa, no discutível ambiente familiar, muito cuidado. O que for hoje contado para alguém da família amanhã poderá ser jogado na cara de quem fez o desabafo partindo da confiança. Aliás, certas vivências nossas nem para a mulher, nem para o marido contar, vai que… Não contar de nossos problemas nem de longe significa inventar histórias, mentiras de que estamos nadando em dinheiro ou tolices desse tipo. Tudo bem? Sim, tudo bem é a melhor resposta. Aliás, alguém já disse que a pior das situações vem quando perguntamos a alguém se está tudo bem, a pessoa para e nos conta que sim ou não, tudo em detalhes. Bah, um horror. Problemas financeiros? Falar com o gerente do banco ou arrumar um trabalho mais rentável. Problemas de saúde? Falar ao médico. No mais, sim, tudo bem, querido, querida…!

FRASE

Passei por uma loja de camisetas num shopping de Florianópolis e na vitrina havia uma camiseta com uma frase tola. Na camiseta, lia-se: – “Vovô é papai sem regras”. Vovô sem regras? Quer dizer que o neto mal-educado pode fazer o que bem entende e o vovô acha graça? Que despudor. Tal tipo de vovô com certeza não educou seu filho, no caso, o pai da criança. Vovô tem que ser disciplinador, que é parte do amor. Ué, gente!

VIDA

A vida nas cidades está ficando insuportável dia após dia. Muita gente e ninguém se conhece, não se quer conhecer. É bom dia, boa tarde e isso quando a pessoa ainda tem alguma educaçãozinha… No mais, é sai pra lá. E desse tipo de comportamento absolutamente geral vai resultar a danosa solidão na velhice da maioria. As famílias de hoje questões clínicas, então… É preparar-se para a solidão, a colheita de uma semeadura não feita…

FALTA DIZER

Ouça esta manchete, jornal de São Paulo: – “Fotografias por baixo de vestido pode virar crime”. A Câmara dos Deputados estuda uma proposta de crime. Está uma loucura nos ônibus, trens, todos os lugares, psicopatas sexuais fotografando mulheres por baixo do vestido ou da saia. Pegar esses caras e levá-los para a “salinha dos fundos”. Sem fotos…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.